O incêndio que lavrou desde sábado nos concelhos de Monchique e Portimão, no Algarve, foi este domingo dado como extinto, tendo entrado em fase de vigilância às 19h00 depois de um dia de rescaldo, afirmou o comandante das operações.
Numa conferência de imprensa no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, o comandante operacional Distrital de Faro da Proteção Civil, Richard Marques, adiantou que os meios ainda se vão manter no terreno para "consolidar a área afetada", que ascende aos "dois mil hectares num perímetro de 24 quilómetros quadrados".
Este domingo, e apesar da intensidade do vento, que atingiu rajadas de 50 quilómetros por hora, "não houve reativações com grande expressão" a as que existiram foram "prontamente resolvidas pelo dispositivo no terreno: 426 operacionais, apoiados por 143 veículos, quatro meios aéreos e cinco máquinas de rasto.
Richard Marques revelou que o quadro meteorológico previsto para segunda-feira é "semelhante ao de hoje", com o vento a soprar com alguma intensidade, o que obriga a que a desmobilização "seja gradual" com rendimentos dos meios da região para "recuperar" a capacidade de ataque inicial em novas situações, "fundamental" para manter a resposta rápida aos incêndios rurais no Algarve.
"Esta segunda-feira haverá ainda meios e recursos no terreno durante todo o dia, havendo uma reavaliação do plano de desmobilização", assumiu.
O comandante operacional Distrital de Faro da Proteção Civil relembrou que "não se registaram "quaisquer vítimas do incêndio" e que os moradores já regressaram às suas habitações.
Ao todo foram deslocadas de suas casas "68 pessoas", tendo "21 pernoitado no Centro de Concentração e Apoio à População no Portimão Arena", entretanto desativado, tendo sido acolhidos também "85 animais".
Em relação à extensão dos danos, o representante da Guarda Nacional Republica presente na conferência de imprensa revelou terem sido "essencialmente danos em alguns armazéns de apoio à atividade agricultura e algumas dezenas de veículos em fim de vida", nomeadamente na zona de origem do incêndio.
O capitão Pedro Fernandes apontou que o "dano primordial" foi num anexo de uma residência que não chegou a afetar a habitação.
Na conferência de imprensa da parte da manhã, o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, revelou já ter realizado o levantamento dos danos no seu concelho e que dos cerca de dois mil hectares (ha) ardidos, "650" são em Monchique: "211ha de eucalipto, 242ha de mato, 20ha de pastagens, 131ha de sobreiro, 21ha de pinheiro manso e 25ha de agricultura.
Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 20h30 estavam no terreno 368 operacionais, 121 veículos e nenhum meio aéreo.