Quem são, o que fazem, quais os cuidados de saúde ou como relacionam em sociedade e no mercado de trabalho. Perguntas básicas, mas essenciais para um estudo que se quer aprofundado sobre a comunidade cigana em Portugal. O trabalho de investigação, cujas bases são lançadas esta terça-feira com a assinatura de um protocolo “patrocinado” pelo Governo, deverá ter a duração de dois anos.
O presidente do Conselho Económico e Social, e um dos promotores da iniciativa, Francisco Assis, justifica este trabalho com o facto de estudos anteriores serem “manifestamente insuficientes”. Em entrevista à Renascença, Assis diz ser urgente mais informação rigorosa que permita “a elaboração de políticas e soluções adequadas”, porque há “graves problemas socioeconómicos”, alerta.
O presidente do CES defende, por isso, que este será um primeiro passo para que os organismos do Estado possam intervir da forma mais adequada.
Francisco Assis lembra que o país tem “políticas específicas para quase todos os sectores”, logo fará sentido encontrar medidas direcionadas para um setor particularmente carenciado e “um alvo fácil para todo o tipo de discurso extremista e racista”, sublinha.
Assis reclama por caminhos para encontrar soluções para as comunidades mais frágeis. O presidente do CES lembra que o discurso demagógico não se contraria “com proclamações inflamadas”, mas com conhecimento e capacidade de resolução de problemas. Para Francisco Assis, a dimensão “particularmente virulenta” do discurso demagógico exige inteligência.
Com estes objetivos, Conselho Económico e Social, Fundação para Ciência e Tecnologia e Alto Comissariado para as Migrações assinam um Protocolo de Cooperação para uma Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC).