Ministro dos Negócios Estrangeiros pede "serenidade" a Pedro Nuno Santos
16-08-2024 - 14:07
 • Carla Fino , Jaime Dantas

Numa visita ao Centro Paroquial de Nossa Senhora da Boavista, no Porto, Paulo Rangel atacou o secretário-geral do PS por se ter mostrado "incomodado" com as "medidas sociais" apresentadas na quarta-feira pelo primeiro-ministro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel considera que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "precisa de serenidade".

É a reação de Paulo Rangel, à margem de uma visita ao Centro Paroquial de Nossa Senhora da Boavista, no Porto, às críticas lançadas por Pedro Nuno Santos às medidas apresentadas pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na quarta-feira, durante a Festa do Pontal, que marcou a reentré política do Partido Social Democrata (PSD).

Em causa a prestação extraordinária do complemento social para idosos, o novo passe ferroviário nacional a um custo de 20 euros e a abertura de duas novas faculdades e medicina, medidas que para o líder da oposição são eleitoralistas.

Rangel considera que as "medidas sociais não deviam incomodar o PS" e acusa o partido de "não querer ser incomodado" relativamente à discussão do orçamento do estado.

"O Governo está a trabalhar sempre para a estabilidade. Essa é uma preocupação fundamental nossa, mas a nossa preocupação também é reformar o país e também ter sensibilidade social", disse Rangel, que ocupa o lugar de primeiro-ministro durante as férias de Montenegro.

Ainda assim, o governante acredita que "há todas as condições para aprovar um orçamento".

"Quanto à questão do orçamento. Ela já começou o processo de negociação e ele terá a sua continuação a partir de setembro. O Governo está a trabalhar a 100%, como se vê, mesmo em férias e a trabalhar, designadamente com a preocupação social", sublinhou o ministro.

Recorde-se que o governo precisa da aprovação do PS ou do CHEGA para aprovar o documento, já que a os partidos da Aliança Democrática (AD) - PSD e CDS-PP - não têm deputados suficientes para alcançar uma maioria.

O Orçamento de Estado para 2025 tem ser entregue pelo governo até ao dia 10 de outubro, para ser depois discutido no Parlamento.