O especialista em Relações Internacionais, Felipe Pathê Duarte, acredita que terá sido o Kremlin a atacar o avião em que seguiam os principais dirigentes do grupo Wagner, incluindo o líder Yevgeney Prigozhin.
Em declarações à Renascença, Pathê Duarte enquadra o acidente, que resultou na morte do líder mercenário, no que diz ser uma conduta habitual das autoridades russas.
"Aqui neste caso, tudo indica que tenha sido o Kremlin a fazê-lo. Tudo aquilo que desafia o poder do Kremlin acaba punido de várias formas. Muitas delas com a morte", explica.
Não querendo tirar conclusões sobre as causas da queda do avião em que seguiam os mercenário, Pathê Duarte admite que, tendo sido intencional, a Ucrânia também tinha motivos de "vingança e provocação da instabilidade social e política russas" para anular Prigozhin. Contudo, acrescenta que, na eventualidade de o responsável ser o Kremlin, pode ser encarado como uma demonstração de força para as eleições presidenciais russas, em 2024.
"Poderá ter sido o Kremlin, no reforço de poder de Putin, já visando as presidenciais de 24, de que não há fraqueza na liderança", remata.
Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky já reagiram à notícia da morte de Prigozhin. Ambos descartaram responsabilidades na morte do mercenário, mas divergiram no sentimento que verbalizaram. O líder russo enviou condolências à família, enquanto que o líder ucraniano revelou ser uma "coisa boa" para a Ucrânia.
Yevgeney Prigozhin morreu esta quarta-feira, depois do avião onde seguia, numa ligação Moscovo-São Petersburgo se ter despenhado a 65 quilómetros de Moscovo.