O CDS insiste que o Programa de Estabilidade do Governo deve ser votado no Parlamento e vai apresentar um projecto de resolução a pedir essa votação. A decisão foi anunciada pela presidente do partido, Assunção Cristas, em Beja, na feira de agricultura e pecuária Ovibeja.
"Na nossa perspectiva, este programa não nos oferece credibilidade", disse a líder do partido. Assunção Cristas entende "que este Programa de Estabilidade não reflecte a realidade do país".
"Não somos só nós que o dizemos. O Conselho de Finanças Públicas, por exemplo, ainda hoje veio levantar dúvidas sobre aquilo que aparece no Programa de Estabilidade do ponto de vista de metas de crescimento, de cenário macroeconómico mas também de medidas que estão previstas no Plano Nacional de Reformas e que não têm o seu reflexo orçamental no Programa de Estabilidade", acrescentou.
Na quinta-feira, o PSD garantiu que, pela sua parte, não suscitaria a votação no Parlamento nem do Programa de Reformas, nem do Programa de Estabilidade.
"Hoje não há dúvida nenhuma que o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas que o Governo vai endereçar à Assembleia da República tem o apoio inequívoco do PS, do PCP, do BE e do PEV, que são os partidos que sustentam politicamente o Governo no parlamento", afirmou o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final da reunião da bancada social-democrata.
Também o ministro das Finanças Mário Centeno garantiu na quinta-feira que o Governo não tomaria a iniciativa de levar o programa a votos.