Cerca de 2,6 milhões de pessoas encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). De 2009 a 2015, o INE observou um aumento da proporção de pessoas em risco de pobreza: 17,9%, em 2009, e 21,8%, em 2015.
"Este indicador registou um máximo no ano de 2013, com um valor de 25,9%, e evolução decrescente nos dois anos mais recentes: 24,1%, em 2014, e 21,8%, em 2015", explica o relatório.
Segundo o inquérito, foram "as pessoas em idade activa as relativamente mais penalizadas na evolução dos rendimentos" ao longo destes sete anos.
Dois milhões de portugueses vivem em privação material e 868 mil em privação material severa, mas os números baixaram em relação aos registados em 2015.
“Em 2016, há menos pessoas em privação material (19,5%, que compara com 21,6% em 2015) e em privação material severa (8,4%, que compara com 9,6% em 2015)", refere o inquérito.
O indicador mede a privação com base em itens representativos das necessidades económicas e de bens duráveis das famílias. A privação material existe quando, do total de nove itens estudados, a população não tem acesso a pelo menos três.
O inquérito do INE destaca ainda que 38,3% vivem em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada próxima do valor mensal da linha de pobreza.
Os resultados revelam também que 47,2% dos portugueses vivem em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias, por ano, fora de casa e que 22,5% vivem em agregados sem capacidade para manter a casa adequadamente aquecida.