Uma vacina experimental para combater o vírus da imunodeficiência humana (VIH) obteve uma resposta imunitária “robusta” nos primeiros testes em humanos.
O tratamento produziu uma resposta imunitária nos testes em 393 pessoas, de acordo com um estudo da faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, publicado no jornal científico “Lancet” esta segunda-feira.
A vacina também foi testada em 72 macacos e garantiu a imunização de dois terços dos animais a um vírus similar ao VIH.
Serão precisos mais testes para determinar se a resposta imunitária produzida pode evitar infeções por VIH em humanos.
Os efeitos secundários mais comuns nos participantes foram dores leves a moderadas na zona da injeção, que variou entre 69% e 88% nos grupos que receberam os regimes de vacinação e de 49% no grupo que foi sujeito ao placebo. Apenas cinco participantes relataram efeitos mais adversos como dor abdominal, diarreia, indisposição ou dores nas costas.
Pelo menos 37 milhões de pessoas têm Sida ou vivem com o VIH em todo o mundo. Todos os anos, surgem 1,8 milhões de novos casos.
Portugal integra o grupo restrito de países que já atingiu, pela primeira vez, duas das três metas do Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/sida - ONUSIDA.
O programa das Nações Unidas para o VIH/sida - conhecido como 90/90/90 - pretende que, até 2020, 90% das pessoas com VIH/sida estejam diagnosticadas, que 90% dos diagnosticados estejam a receber tratamento e que 90% dos que estão a ser tratados atinjam uma carga viral indetetável ao ponto de ser impossível transmitir a infeção.
Portugal já atingiu dois desses objetivos, nomeadamente a identificação das pessoas infetadas e as pessoas que têm carga viral indetetável.
De acordo com o último relatório da situação em Portugal, relativo a dados de 2016, 91,7% das pessoas que vivem com o VIH no país estão diagnosticadas, 86,8% das pessoas diagnosticadas estão a ser tratadas e 90,3% das pessoas que estão em tratamento têm carga viral indetetável.