O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que a compra, por parte do Estado, das participações do Global Media Group (GMG) na agência Lusa "é a solução ótima".
Em declarações à Renascença, o presidente do SJ, Luís Filipe Simões declara-se "tranquilo", depois da notícia avançada pelo jornal Observador, segundo a qual o Executivo deverá mesmo avançar com a aquisição das participações do grupo detentor do Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF na estrutura acionista da Lusa, passando a agência a ser detida em 95% pelo Estado português.
O Observador acrescenta que o negócio não terá tido o acordo do PSD, que considera que um Governo demissionário não tem legitimidade para finalizar a operação.
"O Governo está em pleno exercício das suas funções", contrapõe o presidente do SJ, que diz ver "mais riscos em ter a Lusa nas mãos de um fundo, seja das Bahamas ou de outro país qualquer".
Questionado sobre o momento em que a operação foi anunciada, a cerca de quatro meses das eleições de 10 de março, Luís Filipe Simões prefere sublinhar que "este é o ponto de chegada" de um longo processo tratado no Ministério da Cultura, apesar de reconhecer que "não há coincidências".
No entanto, "podemos confiar nos mecanismos para não haver a tentativa de condicionar o GMG, porque a empresa queria vender e o Estado - na minha opinião, bem - queria comprar".
Por isso, "acredito que essa é uma boa notícia", completa o dirigente sindical.
"Uma agência de notícias tem de ter a missão de serviço e, com o que vemos acontecer na comunicação social, devemos ter uma agência de notícias forte, com sentido de serviço público e que cumpra esse papel. Se, para isso, tiver de estar nas mãos do Estado, ótimo!", remata o presidente do SJ.