Sindicato dos Jornalistas saúda intenção do Governo de comprar ações da Global Media na Lusa
30-11-2023 - 11:56
 • André Rodrigues

Luís Filipe Simões diz que o anúncio da operação a cerca de quatro meses das eleições não levanta receios quanto à independência editorial dos órgãos de informação detidos pelo Global Media Group. Além disso, considera preferível que a Lusa esteja maioritariamente nas mãos do Estado do que à mercê de um fundo "que não se sabe muito bem quem representa".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que a compra, por parte do Estado, das participações do Global Media Group (GMG) na agência Lusa "é a solução ótima".

Em declarações à Renascença, o presidente do SJ, Luís Filipe Simões declara-se "tranquilo", depois da notícia avançada pelo jornal Observador, segundo a qual o Executivo deverá mesmo avançar com a aquisição das participações do grupo detentor do Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF na estrutura acionista da Lusa, passando a agência a ser detida em 95% pelo Estado português.

O Observador acrescenta que o negócio não terá tido o acordo do PSD, que considera que um Governo demissionário não tem legitimidade para finalizar a operação.

"O Governo está em pleno exercício das suas funções", contrapõe o presidente do SJ, que diz ver "mais riscos em ter a Lusa nas mãos de um fundo, seja das Bahamas ou de outro país qualquer".

Questionado sobre o momento em que a operação foi anunciada, a cerca de quatro meses das eleições de 10 de março, Luís Filipe Simões prefere sublinhar que "este é o ponto de chegada" de um longo processo tratado no Ministério da Cultura, apesar de reconhecer que "não há coincidências".

No entanto, "podemos confiar nos mecanismos para não haver a tentativa de condicionar o GMG, porque a empresa queria vender e o Estado - na minha opinião, bem - queria comprar".

Por isso, "acredito que essa é uma boa notícia", completa o dirigente sindical.

"Uma agência de notícias tem de ter a missão de serviço e, com o que vemos acontecer na comunicação social, devemos ter uma agência de notícias forte, com sentido de serviço público e que cumpra esse papel. Se, para isso, tiver de estar nas mãos do Estado, ótimo!", remata o presidente do SJ.