Marques Mendes diz que BCE quer plano alternativo à capitalização pública na Caixa
18-07-2016 - 07:00

O comentador revelou uma carta do BCE à administração da Caixa em que é ainda dito que o número de administradores do banco público não deve superar os 15 elementos.

O comentador da SIC e ex-líder do PSD Luís Marques Mendes garantiu, este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC, que o Banco Central Europeu (BCE) pediu à administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) um plano alternativo a capitalização do Estado e fez reparos em relação ao número de administradores da nova equipa do banco público.

Marques Mendes diz ter tido acesso a uma carta enviada pelo BCE à Caixa, datada de 8 de Junho, na qual são levantadas algumas questões, e onde a instituição liderada por Mário Draghi deixa vários avisos e alertas.

"O BCE coloca uma questão nova, até hoje não falada por ninguém. Pede expressamente, e com urgência, uma proposta alternativa à capitalização pública. Até agora, só se tem falado em capitalização por parte do Estado. Em que ficamos? O Governo preparou ou está a preparar uma alternativa à capitalização do Estado? Sim ou Não?", pergunta o comentador.

O ex-líder do PSD diz que o que tem sido dito publicamente foi dito é que a CGD terá 19 administradores, mas o regulador europeu tem outras ideias. “Só que o BCE contesta este número e recomenda um máximo de 15. Em que ficamos?”, pergunta Mendes.

Na mesma missiva, segundo o comentador, são deixados vários reparos pelo BCE em relação à falta de experiência dos elementos da nova administração da Caixa, opondo-se ainda à acumulação de cargos na estrutura do banco, o que acontece por exemplo no caso de António Domingues que junta o cargo de presidente executivo e de presidente não executivo.

Após ter tido conhecimento do conteúdo desta carta, Marques Mendes conclui que existe neste momento “um braço-de-ferro” entre o BCE, por um lado, e Governo e o novo presidente da Caixa.