Médico não acredita que Governo imponha restrições graves
23-11-2021 - 08:40
 • Cristina Branco , Filipe d'Avillez

António Costa recebe partidos terça e quarta-feira antes de o Governo aprovar novas medidas.

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O primeiro-ministro começa a ouvir, esta terça-feira de manhã, os partidos sobre as medidas que devem ser adotadas para travar a nova vaga da pandemia. As decisões do Governo vão ser tomadas quinta-feira.

Este calendário ficou praticamente fechado após a reunião desta tarde entre especialistas e responsáveis políticos, no Infarmed, em Lisboa, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da Covid-19.

Um dos setores que aguarda com um misto de expectativa e receio é o da restauração, um dos mais atingidos noutras fases e que teme voltar a sofrer restrições.

O vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública não acredita que o Governo tome medidas que possam prejudicar de forma significativa a restauração.

Gustavo Tato Borges considera que eventuais impactos possam antes surgir da perceção do risco de contágio sentido na sociedade. “A única que poderá ser equacionada é reduzir a lotação em espaços onde o uso da máscara possa ser mais difícil. Aqui claro que se aplicam os restaurantes, os ginásios, os bares e as discotecas, sendo que essa redução da lotação não tem de ser dramática, no sentido de dizer que só pode ser 50% da capacidade, mas reduzir um pouco, dependendo também do tipo de atividade, de maneira a poder aumentar o espaço livre circulável, mantendo-os em funcionamento”, explica.

O mesmo responsável não antevê medidas gravosas para a restauração. "Penso que essa quebra que pode haver em termos de jantares de Natal passará mais pela noção do risco que existe de poder ter um surto num evento destes, do que propriamente por uma medida que o Governo possa implementar."

"Serão as próprias empresas e grupos de cidadãos a decidir não fazer, pelo risco de estarem envolvidos numa situação de grande contágio, e para minimizar situações como por exemplo a do congresso dos pneumologistas em que em 1.200 participantes já iam em 15 ou 20 positivos”, afirma o médico.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.148.939 mortes em todo o mundo, entre mais de 256,91 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse com base em fontes oficiais.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.339 pessoas e foram contabilizados 1.123.758 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.