O Governo quer aproveitar vagas disponíveis em concursos especiais e para estudantes estrangeiros para criar pelo menos mais 2.000 vagas no Ensino Superior, mas há esperanças que esse valor chegue a 5.000 vagas.
A noticia é avançada este sábado à Renascença pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, no dia em que se sabe que há 25 anos que não havia tantos candidatos ao Superior.
Mais de 63 mil estudantes candidataram-se à primeira fase de acesso e o ministro confirma que é preciso agora responder a esta elevada procura.
"É a nossa responsabilidade pública responder a este aumento e, por isso, já solicitei uma reunião da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, que se reunirá na próxima terça-feira (24 de agosto) e, após essa reunião, o Conselho de Ministros decidirá sobre a possibilidade já usada no ano passado de transferir vagas que não foram preenchidas em concursos especiais, como os maiores de 23 anos, ou em concursos para estudantes estrangeiros e, hoje, temos mais cerca de 5.000 vagas que não foram preenchidas e que podem ser transferidas", explicou Manuel Heitor.
Houve, nesta primeira fase, mais mil candidatos face ao mesmo período do ano passado. Manuel Heitor já está a tratar de transferir mais vagas e teve resposta positiva de universidades e politécnicos.
"Já ontem me reuni, quer com o presidente do Conselho de Reitores, com muitos dirigentes de instituições do Ensino Superior, com o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos e com o próprio presidente da Comissão Nacional de Acesso, para iniciarmos já na segunda-feira este processo", revelou o ministro.
Manuel Heitor acrescentou ainda que "durante a próxima semana, a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) disponibilizará a todas as instituições os procedimentos necessários para podermos garantir e responder a esta solicitação dos portugueses que querem estudar mais".
O ministro do Ensino Superior este sábado manhã em entrevista à Renascença diz ainda que espera que nas três fases de acesso entrem 90 mil pessoas "nas várias formas de ingresso, público e privada, e noutras formações, nomeadamente as formações curtas".
Em 2020, recorda o ministro, ingressaram no Ensino Superior 87 mil estudantes.
Manuel Heitor espera ainda que a vacinação ajude a que o próximo ano letivo arranque dentro da normalidade, com ensino presencial nas universidades e politécnicos. Um desejo já expressado no início de agosto, à Renascença.
"Em Portugal não se verificaram nenhuns movimentos verdadeiramente importantes contra a vacinação - o mesmo não se pode dizer em outros países - e estou certo que iremos conseguir iniciar o ano letivo no princípio de outubro, em plenas condições de um ensino presencial", garantiu o governante.