O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) é reforçado a partir desta segunda-feira com menos 11 meios aéreos do que os previstos, revela a Força Aérea, avançando que vai alugar sete helicópteros por ajuste direto.
O DECIR, apresentado em abril, contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de maio.
No entanto a Força Aérea Portuguesa (FAP) indicou à agência Lusa que "atualmente estão garantidos 23 meios aéreos" para esta segunda-feira, a que se vão juntar mais nove meios aéreos "assim que sejam cumpridas todas as formalidades administrativas e assinatura dos respetivos contratos", o que totaliza 32 meios aéreos.
Não se conseguiram alugar helicópteros ligeiros por "indisponibilidade no mercado internacional" e "desistência de um dos fornecedores", pelo que vão ser substituídos por helicópteros médios. Também não conseguiu concretizar o concurso relativo aos aviões anfíbios "por indisponibilidade no mercado europeu e por noutros continentes o preço representar o dobro do previsto", pelo que vão ser substituídos por helicópteros pesados.
A substituição destes aviões Canadair foi coordenada com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
A FAP adianta ainda que estes meios aéreos vão ser contratados por ajuste direto após consulta a várias entidades, estando ainda a decorrer essa fase.
Contactada pela Renascença, a Força Aérea adianta ainda que para chegar aos 34 meios anunciados faltam duas aeronaves para as quais “não há para já qualquer solução, nem perspetiva de que sejam encontradas e contratualizadas numa solução rápida”, lembrando que se os meios aéreos eram maioritariamente procurados pelos países do mediterrâneo, agora o leque de procura é mais abrangente e a nível internacional escasseiam as aeronaves para dar resposta às várias fases de incêndios dos diferentes países.
O DECIR prevê um novo aumento de meios aéreos em 01 de junho e, segundo a FAP, estão garantidos 37 meios aéreos para essa data, somando-se depois mais 28 aeronaves "assim que cumpridas todas as formalidades administrativas e assinatura dos contratos", perfazendo um total de 65 meios aéreos.
O governo quer no terreno 72 aeronaves no pico do Verão (mais 12 que no último ano), mas ao que a Renascença apurou tal deverá ser muito difícil.
Há 5 helicópteros e dois aviões canadair em falta que a Força Aérea não está a conseguir contratualizar, nem com recurso a ajuste direto por falta de oferta no mercado.
Este ano está de resto a ser atípico precisamente porque nunca antes se teve de recorrer tanto a este tipo de contratualização de serviços no combate a incêndios, mas a ausência de propostas que se enquadrassem no concurso de outubro do ano passado (os candidatos apresentaram valores muito acima dos previstos no concurso) atrasou todo o processo para colocar atempadamente aviões no contingente de combate aos fogos em 2023.
Um dado a Força Aérea Portuguesa garante à Renascença: não há - nem está prevista - qualquer derrapagem nos custos da contratação das aeronaves para as quais o Conselho de Ministros aprovou perto de 114 milhões de euros.
[notícia atualizada às 9h30 de 15 de maio com informações obtidas junto da Força Aérea]