Era convicção quase geral que o desafio da Pedreira poderia vir a ter influência decisiva, ou quase, na disputa dos lugares cimeiros da classificação geral da Liga.
Vindo de resultados e exibições pouco convincentes, o Sporting corria sérios riscos frente a um Sporting de Braga para quem a conquista de três pontos poderia definir o futuro da sua carreira e ajudar incomodar o Benfica na luta pelo terceiro lugar.
E as suspeitas sobre o que poderia acontecer aos lisboetas estavam mesmo a ganhar espaço todos os dias, ainda que tendo em conta o facto de já terem ganho por duas vezes, nesta época, à formação arsenalista.
Não foi um jogo entusiasmante aquele a que se assistiu na capital minhota, sobretudo pela forma como decorreram os primeiros minutos, e por algumas intervenções infelizes do árbitro designado para dirigir o encontro.
Um cartão vermelho poupado a Fransérgio e outro, da mesma cor, mostrado a Gonçalo Inácio, acabariam por dar ao jogo uma feição diferente daquilo que se estava à espera.
Há quem opine que, muitas vezes, é mais complicado jogar contra dez, por uma razão simples de entender: a equipa atingida com o castigo de expulsão refina o seu sistema defensivo e o grupo torna-se muito mais solidário, colocando em sérios embaraços aqueles que alinham com onze.
No fundo, foi isso que aconteceu. Mesmo atacando pouco, o Sporting foi mais eficaz, porque não deitou fora a oportunidade que se deparou ao seu herói da noite. E ao obter o golo solitário da noite, os leões foram buscar forças onde parecia não existirem, e assim voltar a alimentar esperanças à sua gente de que é possível lutar pelo ao título com a concorrência mais direta.
Hoje à noite ver-se-à se Porto e Benfica vão estar à altura, ainda que se lhes reconheçam tarefas difíceis em Moreira de Cónegos e no estádio da Luz. É que a vitória dos leões em Braga acabou por ir contra as perspetivas que alguns discursos já apontavam como sendo favoráveis às pretensões de ambos.