Cada vez menos comboios e mais atrasados. É este o retrato do transporte ferroviário em Portugal feito pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. O organismo alerta para a deterioração do serviço desde 2019 num relatório publicado no final de 2023.
A deterioração do transporte ferroviário é transversal a todos os serviços, desde os urbanos ao longo curso com cada vez mais ligações suprimidas.
Os utentes dos comboios urbanos da Grande Lisboa são os que mais se podem queixar quanto à redução da oferta. Na Fertagus, o número de composições suprimidas em 2022 mais do que duplicou face a 2021, e em comparação com 2019 houve 15 vezes mais ligações anuladas.
Nos urbanos do Porto a tendência é semelhante com 10 vezes mais ligações suprimidas em 2022 do que em 2019. No total, de acordo com o relatório divulgado pelo JN e já consultado pela Renascença, CP e Fertagus suprimiram mais de 12 mil e 200 comboios entre 2019 e 22.
Já os passageiros de longo curso têm mais reclamações na pontualidade. De acordo com o mesmo documento, a pontualidade total regista uma queda significativa de 65% para 44%.
O documento da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes conclui ainda que Algarve e Oeste têm a s linhas com capacidade mais desaproveitada.