Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF) e diretor internacional da agência CAA Stellar, acredita que é “perfeitamente normal” que ocorra uma venda acima dos 100 milhões de euros nos clubes portugueses neste mercado de inverno. Gyokeres, João Neves, António Silva ou mesmo Diogo Costa podem ser "bombas" no mês de janeiro.
“Existe uma grande pressão por partes dos treinadores para ter estabilidade nos seus plantéis e segurar os jogadores importantes, pelo que, para satisfazer todas as partes, as vendas serão sempre pelas cláusulas de rescisão, que estão muito altas. Por isso, é natural que uma ou outra venda possam ser acima dos 100 milhões de euros”, diz, em entrevista a Bola Branca.
Para o presidente da ANAF, o poderio económico do Chelsea e dos clubes árabes, que fez abanar o mercado de inverno em 2023, deve continuar neste defeso. Ainda assim, é provável que não afete tanto o futebol nacional.
“Não vejo que Portugal seja muito afetado, mas, pontualmente, se cobrirem as cláusulas de jogadores de Benfica, Sporting, Porto, Braga ou Vitória, estou convencido que algumas vendas possam acontecer”, refere.
Competitividade alimenta mercado nacional
Artur Fernandes espera um mercado ainda mais agitado em Portugal do que o de janeiro de 2023, muito por culpa do equilíbrio que se tem verificado no campeonato. A igualdade que se tem verificado vai levar os clubes a correr para contratações que possam fazer pender a balança para o seu lado.
“A tendência é sempre para um aumento, muito mais quando o campeonato está tão competitivo. Tanto nos primeiros cinco classificados, como nos últimos cinco, há uma diferença pontual muito pequena, pelo que é natural que todos se empenhem na melhoria dos seus planteis, ainda para mais quando os clubes precisam de vender para ir equilibrando as suas contas”, explica, em declarações à Renascença.
Precisamente no capítulo das contratações, o agente vê na América do Sul o principal alvo dos clubes portugueses, principalmente devido ao facto de os campeonatos terem terminado e os clubes estarem ainda a preparar a época de 2024.
“Podemos transpor essa questão para o mercado português: é muito mais fácil negociar no verão, onde as coisas ainda estão a ser preparadas com tempo, do que no mês de janeiro, quanto tudo tem de ser mais rápido. Como eles estão nesse período de paragem, é muito mais fácil de negociar”, afirma.
O mercado de transferências de inverno abre, em Portugal, esta quarta-feira, dia 3 de janeiro e decorre até dia 2 de fevereiro.