Quase tudo é digital hoje em dia e um dos frequentes argumentos a favor do digital é que é mais amigo do ambiente. No entanto, o conceito de poluição digital existe, ainda é pouco divulgado, mas tem impacto.
Francisco Ferreira, presidente da Associação Ambientalista Zero, explica que a poluição digital está relacionada quer com consumos de eletricidade para manter ligados, por exemplo, servidores e computadores, quer com a frequente substituição de telemóveis, tablets e computadores. Ou seja, grande parte desta poluição está ligada a um aumento de consumo de eletricidade.
Na edição desta semana do podcast “Compromisso Verde”, Francisco Ferreira reconhece que ainda é difícil “fazer a contabilização efetiva daquilo que é a nossa poluição digital”, mas que existe “a noção que entre aquilo que se poupa através do digital, por exemplo recorrendo ao teletrabalho em vez de usarmos o telemóvel, em vez de termos consumos significativos também de energia e a emissão de vários poluentes versus o uso do computador e as tecnologias digitais não é passar de 100 para zero“.
Quando questionado sobre o que está ao nosso alcance, enquanto consumidores, Francisco Ferreira elenca vários cuidados quanto ao uso do computador, por exemplo, “o regular da iluminação do ecrã é absolutamente decisivo; usar ou não o modo eco que os computadores têm habitualmente disponível”.
Já os mais jovens podem ter “um papel crucial”, no que toca à aquisição de telemóveis. “Os jovens podem ter uma perspetiva menos consumista daquilo que é o equipamento que pode ser certamente mais durável e não necessitar de ser substituído com tanta frequência”, lembrando que os telemóveis têm componentes raros.