Itália vai este domingo a votos para eleger 600 parlamentares, numas legislativas em que uma coligação da extrema-direita com a direita é a grande favorita à vitória.
Ouvido pela Renascença, Duarte Godinho, português que vive em Itália há quatro anos, acredita que o resultado é imprevisível, mas sublinha que a direita conseguiu apresentar uma alternativa em tempos de crise.
“Vejo muitos italianos numa situação muito complicada desde a pandemia e, numa altura em que se esperava uma certa recuperação, deu-se o problema da crise energética e a guerra na Ucrânia. O que sinto é que a extrema-direita conseguiu instrumentalizar esta situação”, diz.
No entanto, o jovem de 29 anos não esconde que há um perigo real de uma polarização que dá espaço para os extremismos.
“Estou preocupado porque a Itália tem certas tensões sociais muito fortes. Está a celebrar-se o centenário do início do fascimo em Itália e há certos bairros em Roma onde se nota uma grande presença da extrema-direita em Roma.”
A candidata dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, é a provável próxima primeira-ministra e Duarte Godinho salienta que a líder extrema-direita italiana é “boa a usar os medos das pessoas” e a “contornar retóricas”.
Mais de 50 milhões de italianos são chamados às urnas, que abriram às 7h00 (6h00 em Lisboa) e fecham às 23h00 (22h00 em Lisboa).