Os 20 detidos da "Operação Gota D'água" já se encontram no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto para serem ouvidos no âmbito de uma investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano.
A sua chegada verificou-se a conta-gotas, transportados em carros e carrinhas da Polícia Judiciária (PJ), tendo os primeiros chegado cerca das 14h30 e os últimos às 16h37, confirmou a Lusa no local.
A PJ anunciou na quarta-feira em comunicado a detenção de 20 pessoas e a realização de 60 buscas a entidades públicas e privadas.
"A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real com o apoio de outras unidades da PJ, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto, procedeu à realização de 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que visaram diversos particulares, empresas e entidades públicas sitas em diferentes concelhos do território nacional, designadamente em Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu", refere a PJ, em comunicado.
Segundo a PJ, a Operação Gota D'água "tem por objeto a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas" destinadas a consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, captações, ribeiras, furos e poços, estando em causa crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documento agravado, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.
O Laboratório Regional de Trás-os-Montes, em Mirandela, que foi alvo das buscas policiais por suspeitas de falsificação de análises de água, afirmou na quarta-feira à Lusa estar "surpreendido" com a investigação, garantindo estar colaborar com as autoridades.
Os 20 detidos, com idades entre os 25 e 61 anos, são funcionários e dirigentes do laboratório, assim como dirigentes e eleitos locais das entidades gestores e ou empresas (câmaras municipais e empresas concessionárias), sendo ainda constituídos "vários outros arguidos".