Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga, pede mais calma e respeito entre os treinadores e os protagonistas do futebol português. Em conferência de imprensa, o técnico faz "mea culpa" e comenta o ambiente em torno dos treinadores.
"Já assisti e senti animosidade por parte de outros treinadores. Não é admissível, não é normal. O futebol em que cresci, do Manuel José, do Vítor Oliveira, do Quinito, isto era completamente impossível. Pode haver uns 'mind games' antes dos jogos, tudo bem, mas as provocações não são normais. Se continuamos assim, daqui a pouco vamos andar todos à porrada. Estou a dizer isto e não me coloco de fora, também estou incluído no lote", disse.
Na ordem do dia está a expulsão de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, após o jogo com o Moreirense, assim como Rúben Amorim depois do jogo com o Famalicão. Sem mencionar nomes, Carvalhal fala sobre os treinadores.
"Tem de haver uma relação cordial entre os treinadores. No final de cada jogo, deixámos de ser adversários. Temos muito a melhorar. Alguns treinadores estão mais focados em olhar para os adversários do que para o jogo. Estive em Inglaterra e, salvo raras exceções, convivi sempre no final dos jogos com os treinadores rivais, partilhando um copo de vinho e uma conversa. Temos de perceber que quando acaba o jogo já não há nada a fazer. Não estou a criticar ninguém em especial", diz.
Carvalhal diz que a situação chegou a um ponto de saturação e que a Liga tem de intervir.
"O que sei é que não se pode continuar assim. A Liga tem de ser implacável. Da minha parte, vou falar brevemente com José Pereira, da Associação Nacional de Treinadores, que tem de tomar uma posição", atira.
Focado em voltar às vitórias
O Braga ficou matematicamente fora das contas do título com a derrota caseira com o Sporting na última jornada. Carvalhal admite que a derrota mexe com a equipa num jogo em que acredita que não mereciam perder.
"As derrotas mexem sempre com uma equipa, mas a seguir às poucas que tivemos, a reação foi quase sempre muito boa e é isso que esperamos agora com o Marítimo, uma reação forte. Saímos derrotados [com o Sporting], mas não amachucados, todos nos sentimos frustrados, mas eu vi um jogo em que fomos avassaladores no último terço, a criar oportunidades e a ser manifestamente infelizes no jogo, mas não foi falta de atitude, de correr, de qualidade ou de ambição", atira.
O Sporting de Braga joga na quinta-feira em casa do Marítimo, jogo nos Barreiros e com apito inicial marcado para as 20h30.