A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, reafirmou esta segunda-feira que o partido está empenhado em “reconquistar” a confiança dos madeirenses para voltar a ter representação e "sentar" as suas causas na Assembleia Legislativa da Madeira.
“Tudo faremos para […] reconquistar aquela que é a confiança por parte dos madeirenses”, declarou Inês de Sousa Real, salientando que o PAN quer “sentar as causas animal, ambiental e pelas pessoas” no parlamento insular, depois das eleições regionais de 24 de setembro.
A porta-voz do PAN falava aos jornalistas no âmbito de uma ação de campanha eleitoral que decorreu hoje na Quinta Pedagógica dos Prazeres, no concelho da Calheta, onde acompanhou a cabeça de lista, Mónica Freitas.
Inês de Sousa Real realçou a necessidade de criar “novas medidas e novas políticas para a região”, argumentando que é necessário “quebrar com aquele que tem sido um ciclo de governação em que não há mudança”.
“E isso nunca é saudável para a democracia”, considerou.
“Sabemos que muito provavelmente irá haver aqui um governo de continuidade, mas é preciso de facto dar mais voz e tornar este parlamento mais plural, precisamente para que possa haver uma nova visão, uma visão menos conservadora”, reforçou.
Para a porta-voz do PAN, o Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP liderado pelo social democrata Miguel Albuquerque, que volta a concorrer nas eleições de dia 24, não tem tido “uma visão de médio e longo prazo de preservação do valor único que é a Região Autónoma da Madeira”.
“O PAN quer apostar fortemente naquilo que é não só o turismo de natureza, mas também no potencial que a Madeira tem para reter talento, através, por exemplo, da criação de um instituto profissional e de uma universidade especializada no oceano, nas novas tecnologias e, de facto, o Governo não tem apostado nesse tipo de medidas”, referiu.
Inês de Sousa Real destacou igualmente que a Madeira “tem desafios muito particulares”, nomeadamente ao nível da insularidade, das alterações climáticas e habitação.
A porta-voz do PAN frisou ainda que é “fundamental haver também apoios para a mobilidade”, para que se possa “fomentar a própria empregabilidade”.
“Isto são tudo preocupações que o PAN tem trazido para a agenda política, não só do ponto de vista ambiental e da proteção animal, mas também dos direitos sociais”, disse.
O partido concorreu pela primeira vez a eleições legislativas da Madeira em 2011, conquistando um mandato, mas nas seguintes não conseguiu eleger qualquer deputado.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.