A NATO vai reunir-se de emergência esta quarta-feira, em Bruxelas. Um dos temas em cima da mesa deve ser uma possível intervenção militar na Síria, numa altura em que Estados Unidos, Reino Unido e França já mostraram disponibilidade para abordar essa opção.
O encontro acontece um dia depois de o vice-presidente norte-americano ter culpado o regime do presidente Bashar al-Assad pelo ataque com armas químicas da semana passada, dia 21 Agosto. Joe Biden afirmou ainda que quem utiliza “armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefensos deve ser responsabilizado”.
As declarações o vice-presidente norte-americano foram proferidas horas depois de o secretário da Defesa norte-americano ter afirmado que os militares dos Estados Unidos estão prontos a actuar se o presidente Obama ordenar um ataque contra a Síria. Chuck Hagel lembra que os Estados Unidos já movimentaram para a região pessoal e material para levar a cabo uma missão, que deve ser "cirúrgica e de curta duração".
Em resposta, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid Mouallem, garante que, em caso de ataque militar ocidental, o país se vai defender com meios de defesa que vão surpreender o mundo.
No país ainda estão os inspectores das Nações Unidas, para continuar a recolher provas dos ataques químicos.
A guerra civil na Síria já fez mais de 100 mil mortos em mais de dois anos, segundo dados das Nações Unidas.
Rússia avisa que operação militar na Síria apenas vai “destabilizar”
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, avisou esta quarta-feira de manhã o enviado especial das Nações Unidas à Síria, Lakhdar Brahimi, que uma solução militar irá conduzir unicamente a mais destabilização na Síria e no Médio Oriente.
O Governo de Moscovo pediu, por isso, provas do envolvimento do regime de Bashar al-Assad no ataque alegadamente com armas químicas nos arredores da capital síria, Damasco, que mataram pelo menos 355 civis, segundo a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras.