A agência canadiana DBRS colocou o “rating” da Caixa Geral de Depósitos (CGD) sob vigilância com perspectivas negativas, o que sinaliza a probabilidade de cortar a notação do banco público.
Em comunicado divulgado esta terça-feira, a DBRS aponta como motivo para este aviso várias questões, a começar pela demissão da maioria dos administradores da Caixa e como este facto poderá, eventualmente, afectar o plano de restruturação da instituição.
A agência assinala também que, "apesar do grupo estar num processo de recapitalização significativa que vai reforçar o seu balanço, o período de revisão vai considerar os atrasos que estão a acontecer neste processo e o risco de execução do plano".
Salienta ainda que o grupo financeiro vai permanecer com uma fraca capitalização por um período superior ao inicialmente planeado.
As dificuldades em melhorar a rentabilidade e a qualidade dos activos foram outros motivos que colocaram o "rating" da Caixa sob revisão.
Este aviso da agência canadiana aconteceu dois dias depois do anúncio da demissão do presidente da CGD, António Domingues, e de outros membros da administração, na sequência da polémica com a apresentação das declarações de rendimentos e património.
A DBRS é crucial para que Portugal continue a ter acesso ao programa de compra de activos do Banco Central Europeu, já que é a única das quatro agências tidas em conta pelo banco central que põe a dívida portuguesa acima de "lixo".