A 12.ª edição do Open House Lisboa regressa hoje e domingo a Lisboa para dar acesso a 73 diferentes vidas dos edifícios da cidade, numa proposta temática do ateliê lisboeta Embaixada, segundo a organização.
Do vazio à ruína, o Open House Lisboa explora as diferentes vidas dos edifícios com um programa de visitas a espaços, visitas sensoriais acessíveis, percursos urbanos, atividades júnior e passeios pela cidade, entre outras atividades.
Com o tema "Matérias do Tempo", o evento propõe "um olhar para as arquiteturas que nos rodeiam enquanto entidades vivas, com um antes e depois, refletindo as diferentes fases de vida dos edifícios: o vazio, a fase de construção, o edifício habitado e a ruína".
O programa envolve "territórios expectantes", representados pelo vazio urbano, como o Quarteirão de Entrecampos ou o Vale de Alcântara, espaços em construção, como as Residências Universitárias da Universidade de Lisboa ou o Hub Criativo do Beato - Oficinas de Manutenção Militar, e ruínas, visíveis no Núcleo Arqueológico do Castelo de São Jorge e no Teatro Romano.
Há ainda visitas a palácios, espaços de culto, ateliers, escolas e casas particulares, entre outros, numa seleção do atelier lisboeta Embaixada, liderado por Cristina de Mendonça, Nuno Griff e Paulo Albuquerque Goinhas.
O programa prevê também duas visitas sensoriais, adaptadas a pessoas cegas ou com baixa visão ou com deficiência cognitiva, no Atelier-Museu Júlio Pomar (sábado, às 15h00) e no Observatório de Lisboa (domingo, às 15h00), e inclui uma visita, com intérprete em língua gestual portuguesa para pessoas surdas (domingo, 11h00) no Observatório Astronómico de Lisboa, que funciona desde 1867.
Em parceria com a Noite Europeia dos Museus, o programa apresenta ainda um circuito noturno que tem lugar no sábado, com passagem pelo Palácio Nacional da Ajuda, o Museu Nacional dos Coches, a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, o Museu do Traje, a Lx Factory, a Largo Residências - Quartel de Santa Bárbara, que estarão abertos ao público até às 23h00.
Fundado em 2002, o ateliê Embaixada integra pessoas de várias partes do mundo, e cada trabalho é desenvolvido como um protótipo para o futuro.
Segundo os organizadores, os 372 diferentes projetos que participaram no Open House Lisboa ao longo de todos estes anos, desde 2012, estão agora reunidos num atlas digital, que pode ser consultado em permanência.
A coleção digital inclui ainda todos os espaços visitáveis este ano, entre os quais a Casa Triangular, os Silos Portuários do Beato, o Observatório Astronómico de Lisboa, a Sinagoga de Lisboa, o Teatro Thalia, as Carpintarias de São Lázaro, o MUDE - Museu do Design e da Moda, o Centro Ismaili e o Reservatório da Mãe de Água.
Integrada no conceito de sustentabilidade, também a equipa de voluntariado do Open House Lisboa vai usar este ano coletes produzidos com materiais recicláveis, que podem ser reutilizados em futuras edições, numa criação do "designer" Jorge Moita.
Sob o mesmo lema, Lisboa acolhe, em dezembro, o primeiro encontro presencial do Open House Europe, um projeto de cooperação financiado pelo programa Europa Criativa da Comissão Europeia, que contará com a participação de doze membros europeus da rede internacional Open House.