Costa quer repor cortes de salários na função pública e as 35 horas semanais
06-09-2015 - 22:30

Líder socialista deixou fortes críticas à coligação por estarem a esconder aquilo que querem fazer quanto ao futuro.

O secretário-geral do PS, António Costa, promete repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos em 2016 e 2017, garantindo também para a classe a reposição imediata das 35 horas de trabalho semanais, caso seja eleito.

"Os nossos compromissos são feitos na medida daquilo que sabemos serem as nossas capacidades. Por isso, dizemos: vamos repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos", afirmou o líder do PS, num jantar-comício, em Mangualde, no distrito de Viseu.

António Costa esclareceu que a reposição na íntegra dos vencimentos dos funcionários públicos não será feita de imediato. "Vamos fazê-lo em 2016 e 2017, porque só então o poderemos fazer. O nosso compromisso é com conta, peso e medida para poder ser cumprido", precisou.

O líder socialista deixou também a promessa de repor, de imediato, aos funcionários públicos o horário das 35 horas semanais. "Nós dizemos sim, nós reporemos de imediato o horário das 35 horas porque também fizemos as contas e sabemos que podemos repor de imediato as 35 horas na função pública", assegurou.

Ao longo do seu discurso, António Costa defendeu que para se fazer política "é necessário ter as contas certas". "Este programa do PS não é só um programa de compromissos escritos: é também um programa de contas certas. Cada uma destas medidas foi avaliada no seu custo e no seu benefício", realçou.

No seu entender, não vale a pena prometer agora o que não forem capazes de cumprir caso venham a ser eleitos. "Quem confiou no actual primeiro-ministro e o ouviu prometer que não aumentava os impostos que aumentou, que não cortava as pensões que cortou, como pode voltar a confiar nele nas próximas eleições?", concluiu.

Quer ser “primeiro-ministro próximo e solidário para as suas populações”
António Costa prometeu fazer no país o que um presidente de câmara faz no seu concelho, caso seja eleito nas próximas eleições legislativas, garantindo proximidade e solidariedade às populações.

"Serei o primeiro primeiro-ministro que será no país aquilo que cada presidente de câmara é em cada um dos seus concelhos: um primeiro-ministro próximo e solidário para as suas populações", disse.

Costa sublinhou que não é por ter deixado de ser presidente de câmara que esqueceu tudo o que aprendeu enquanto exerceu essas funções. "Quero não só que confiem em mim para estas eleições, como quero que continuem a confiar em mim nas eleições seguintes", acrescentou.

O líder socialista recordou que ganhou três mandatos para a Câmara de Lisboa, conseguindo sempre aumentar o número de votos de eleições pata eleições.

"Sabem qual é a razão pela qual em cada eleição tive sempre mais votos que na eleição anterior? É porque em cada mandato fiz sempre mais do que tinha prometido nas eleições anteriores e fui aumentando a confiança", sublinhou.

Ao longo do seu discurso, António Costa acusou ainda a coligação de direita de esconder aquilo que quer fazer quanto ao futuro.

"Passaram meses a perguntar pelo nosso programa e nosso programa está aqui, mas onde está o programa deles? Apresentamos as contas do nosso programa, mas onde estão as contas do programa deles?", questionou.

O secretário-geral do PS aludiu ainda ao grande objectivo da coligação para a legislatura, que passava "pôr a economia a crescer e diminuir a dívida".

"Chegamos ao fim da legislatura e a economia recuou e a dívida aumentou. Já percebemos que o forte deles não são as contas e, por isso, não querem apresentar contas!", sustentou.

António Costa apontou ainda que a coligação de direita veio dar "palpites sobre as contas do PS, onde demonstram bem que nem se entendem sobre as contas".

"Um diz que uma medida custa 9 mil milhões, outro 6 mil milhões e outro 14 mil milhões. Para eles é tudo a mesma coisa: as contas não contam nada porque não são capazes, não foram capazes e não serão capazes de ser gente de contas certas", concluiu.