A Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT) vai funcionar em permanência e será reforçada, mas a ministra da Justiça afastou a existência de uma ameaça específica dirigida a Portugal. A regulamentação da UCAT foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
No final da reunião, Francisca Van Dunem explicou que esta unidade já funcionava, mas “informalmente”.
“Neste momento aquilo que se pretende é institucionalizar e dar corpo a uma estrutura, que prossiga essa actividade, mas de modo permanente, reforçado e com outro nível de capacitação, não só ao nível da recolha e da partilha de informação, como também ao nível do acompanhamento de execução dos vários planos que existem em matéria de combate ao terrorismo”, disse.
Na conferência de imprensa no final da reunião do Governo esteve também presente a ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa explicou que a UCAT vai passar a funcionar com uma equipa em permanência, 24 horas por dia, composta por elementos de todas as forças e serviços de segurança, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras à Polícia Judiciária, disse a ministra.
Esta decisão surge no dia em que o “Diário de Notícias” avança que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) confirma a existência de uma menção concreta a Portugal nos planos do grupo terrorista Estado Islâmico.
Questionada pelos jornalistas, a ministra da Justiça negou, no entanto, que exista uma ameaça específica ao nosso país. "Não está propriamente em causa um eventual ataque a Portugal especificamente. Nesta altura, todos os países europeus são alvos potenciais", afirmou.
“O Governo estava já a trabalhar activamente no sentido de reforçar a capacitação das forças e serviços de segurança para esta área do terrorismo", disse Francisca Van Dunem.
O executivo sublinha que a regulamentação da Unidade de Coordenação Antiterrorismo aprovada esta quinta-feira reforça o compromisso do Governo na luta contra o terrorismo como um dos pilares essenciais da segurança nacional.
Num relatório divulgado na quarta-feira, o serviço europeu de polícia (Europol) alertou para as “repetidas ameaças” do Estado Islâmico a Portugal e Espanha.