A China volta a fazer alertas para que não seja desafiada a soberania de Pequim sobre Taiwan.
Esta sexta-feira, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, onde o tema principal era a guerra na Ucrânia, o vice-embaixador da China na ONU, Geng Shuang, disse que “enquanto alguns países realçaram repetidamente o princípio de soberania sobre a questão da Ucrânia, desafiaram incessantemente a soberania da China sobre Taiwan e até criaram, deliberadamente, tensão no Estreito de Taiwan. Isto é menosprezar o país e uma transgressão dos princípios e objetivos da Carta das Nações Unidas”, alegou numa alusão aos Estados Unidos.
De seguida, o vice-embaixador da China na ONU afirmou o seu país sempre respeitou a soberania de outros países e disse esperar que a própria soberania da China seja respeitada pelos outros países.
“A China está determinada e inabalável no que diz respeito à salvaguarda da soberania nacional. Ninguém deve subestimar a determinação e capacidade de mais de 1,4 mil milhões de chineses de defender a sua soberania nacional e integridade territorial. Espero que o país envolvido tenha a noção disso e que não brinque com o fogo”, acrescentou, numa clara referência aos Estados Unidos.
Estas declarações surgem um dia depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter dito ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, que a posição de Washington sobre Taiwan "não mudou" e que continua a opor-se firmemente" a qualquer esforço unilateral para alterar o estatuto daquele território.
A informação foi transmitida pela Casa Branca após uma conversa telefónica entre os líderes dos dois países.
"Os Estados Unidos opõem-se firmemente aos esforços unilaterais para alterar o estatuto ou ameaçar a paz e estabilidade no estreito de Taiwan", que separa a China da ilha, referiu a administração norte-americana.
O clima de tensão entre EUA e China subiu de tom desde que foi conhecida a intenção da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, de visitar a ilha de Taiwan, um território que Pequim reivindica como uma província separatista a ser reunificada pela força, caso seja necessário.
Já numa conferência de imprensa, esta sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano deixou a mensagem de que os Estados Unidos e as China devem tentar impedir que as suas divergências sobre Taiwan levem a um conflito.
Na mesma ocasião, Antony Blinken recusou comentar as notícias que apontam para uma possível visita a Taiwan da líder do congresso dos EUA, uma das mais altas figuras do Estado norte-americano.