Trinta e cinco instituições religiosas de seis países anunciaram a intenção de desinvestir em empresas de combustíveis fósseis, altamente poluentes.
A decisão deverá significar um desinvestimento da ordem dos 500 milhões de dólares.
Num comunicado conjunto, divulgado pelo Movimento Laudato Si e pelo Conselho Mundial das Igrejas, é revelado que entre as instituições que adotaram esta decisão estão organizações católicas, em particular de cinco dioceses da Irlanda, e também do Canadá.
O Vaticano também já tinha recomendado o desinvestimento em empresas mais poluidoras.
Apoiar países menos desenvolvidos na transição energética
O chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Ivo Faria, entende que “este pode ser um caminho para pressionar de forma positiva, sobretudo os países mais desenvolvidos, para favorecer a transição energética”.
Ainda assim, o responsável considera “importante compreendermos como o mundo está todo interligado e que hoje em dia as energias fósseis e renováveis não estão igualmente acessíveis a toda a população mundial”.
Em declarações à Renascença, Ivo Faria chama a atenção para “geografias que vivem com muito mais dificuldades, com mais focos de pobreza e onde também as energias são mais escassas e não tão desenvolvidas”.
Para estes casos, o chefe nacional do CNE diz que poderia ser “muito interessante que este desinvestimento (nas empresas de combustíveis fósseis) pudesse ser repensado e canalizado, por um lado, para empresas que mesmo atuando na área da energia tenham contributos importantes de transição para as renováveis e, por outro, para se investir e apoiar os países menos desenvolvidos e que dependem muito mais do que nós das energias ainda fósseis do que das renováveis”.
"Ajudá-los a fazerem também esta transição; isso sim seria também um contributo muito importante que complementa este foco”, sublinha.
Mais caminhadas, menos carro
Ivo Faria garante que “no mundo do escutismo nós gostamos muito de sensibilizar as crianças e os jovens a serem eles próprios motores deste desenvolvimento e serem eles também pelos seus hábitos indutores desta mudança positiva”.
O chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas considera que “nós valorizamos o consumo da energia renovável, e incentivamos sempre a possibilidade de nos transportarmos por força das nossas próprias pernas e menos pela viatura automóvel”. “Com isso também vamos transformando o mundo”, conclui.