Ainda é cedo para dizer que será preciso administrar uma terceira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19. A opinião é do investigador Miguel Prudêncio, numa altura em que a farmacêutica procura a aprovação dos reguladores dos Estados Unidos.
O investigador principal do Instituto de Medicina Molecular considera precipitado, defendendo que com os dados atuais, as duas doses garantem imunidade suficiente para travar infeções graves.
"Parece-me que é prematuro e ainda não tem sustentação científica evidente. A Pfizer argumenta que tem a ver com dados de um estudo feito em Israel que ainda não está publicado e que diz que a proteção não é tão elevada contra a doença leve do que contra a doença grave", explica à Renascença.
Detalha ainda que "o mesmo estudo mostra que o esquema vacinal completo continua a conferir na ordem dos 95% de proteção contra a doença grave causada pela variante Delta".
De acordo com as primeiras impressões do estudo de reforço de vacinação da Pfizer, é demonstrado que os níveis de anticorpos das pessoas aumentam de cinco para 10 vezes mais após uma terceira dose, em comparação com a segunda.
Investigações em vários países mostram que as vacinas utilizadas contra a Covid-19 oferecem forte proteção contra a variante Delta, que é altamente contagiosa e está a espalhar-se rapidamente em todo o mundo.
À AP, um especialista em vacinação do Centro Médico da Universidade da Vanderbilt (Tennessee), William Schaffner, disse que a autorização da FDA seria apenas um primeiro passo e não significaria que os norte-americanos recebessem o reforço automaticamente.
A pandemia provocou pelo menos 4.004.996 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.