O eurodeputado do PSD Paulo Rangel diz que Ana Paula Vitorino não tem condições para liderar uma entidade reguladora. A ex-ministra, antiga deputada do Partido Socialista e mulher do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, vai presidir ao Instituto da Mobilidade.
Para Rangel, não está em causa a competência de Ana Paula Vitorino mas vinca que "a vida pública administrativa rege-se por critérios objetivos de transparência, não por intenções".
"Até pode haver pessoas que tenham um conflito de interesses e sejam pessoas com perfil ético tal que consigam perfeitamente lidar com isso. Mas isso não é suficiente. Ela vai tutelar uma agência independente e ela não tem independência para ser um regulador", disse.
No programa Casa Comum, da Renascença, Paulo Rangel acusou o PS de fazer uma planificação milimétrica na nomeação de cargos superiores da Administração Pública.
Dias depois de se saber que, em 70% dos casos, é nomeada a pessoa que está em regime de substituição determinada pelo Governo, Rangel critica o PS, apesar de admitir que o PSD não foi sempre imaculado.
O eurodeputado do PSD afirma ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, tem razão nas críticas à gestão da pandemia em Portugal e ironiza sobre a suas responsabilidades para influenciar a chanceler alemã.
"Eu não sei se uma chanceler alemã se devia pronunciar sobre isto ou não, mas que ela tem razão, ai isso tem. Isso eu estou à vontade porque já o disse aqui nos microfones da Rádio Renascença. Agora, só espero mais uma vez é que, com aquela mania da perseguição que tem o primeiro-ministro, que ele não venha dizer que foram o Paulo Rangel ou o Miguel Poiares Maduro os conspiradores que convenceram a senhora Merkel a ter a mesma opinião que eles", disse.