A "Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não" defendeu esta quarta-feira que o Governo encurte prazos e avance com estudos para a construção de uma pista complementar em Alcochete, em vez de avançar com uma solução transitória no Montijo.
"Finalmente, o Governo, que se esforçou durante muito tempo para dizer que não havia "plano B", reconheceu que Alcochete é a solução que interessa ao país, a solução estruturante", disse à agência Lusa José Encarnação, porta-voz da plataforma, que se opõe à construção do aeroporto no Montijo.
Em declarações à Lusa, José Encarnação reconheceu "como positiva" a entrega da avaliação ambiental ao LNEC, mas considerou existir "uma grande contradição que é preciso resolver".
Se o Governo deixa cair a avaliação "nos termos em que estava a decorrer através do concurso público, por que razão é que vai ser entregue ao LNEC a tarefa de realizar a mesma avaliação ambiental estratégica" quando "a decisão já está tomada", questionou.
Lembrando que já em 2008 o LNEC tinha feito uma avaliação ambiental comparativa entre Ota e Alcochete, e que "muito trabalho já foi feito", José Encarnação questionou também por que razão "não se encurtam os prazos" avançando já para a solução Alcochete, ao invés da solução transitória que vai "duplicar ou triplicar os gastos".
"Não bate a bota com a perdigota", salientou, recordando que o motivo apresentado para se optar para uma solução transitória é "acelerar a necessidade de aumentar a capacidade aeroportuária de Lisboa".
O porta-voz da plataforma questionou ainda o que é que se fará ao Montijo quando estiver concluído o aeroporto em Alcochete: irá manter-se como estrutura complementar ou irá "destruir-se uma base aérea que fazia a busca e salvamento em Portugal, desde a região Sul até Santa Maria das Flores", disse.