O plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos está pronto, mas ainda não está fechado, avança na manhã desta quarta-feira a Antena 1. A Renascença apurou que o valor em cima da mesa para o processo é de 5,1 mil milhões. O documento será apresentado pelo ministro das Finanças, às 15h30.
Esta quantia abarca o reforço de capital que a instituição terá de fazer para respeitar as regras europeias, a cobertura de créditos malparados e o programa de reestruturação do banco.
Apesar de não prever despedimentos, está prevista a saída de 2.500 trabalhadores através de processos de reforma ou de rescisões amigáveis. A CGD fechou o ano com 16.058 trabalhadores, mais de metade dos quais a trabalhar fora de Portugal.
Haverá ainda a necessidade de fechar 300 balcões, a maioria no estrangeiro, ou seja um quarto das actuais 1.253 dependências bancárias.
A maior fatia dos 5,1 mil milhões será para a cobertura de crédito malparado, que, na semana passada, o "Correio da Manhã" revelou, citando uma auditoria ao banco, estar orçado em 2,3 mil milhões de euros.
À Renascença, fonte do Bloco de Esquerda confirma que o Governo "está a trabalhar connosco num plano de recapitalização." As conversações não serão conclusivas porque a mesma fonte revela que o partido precisa de mais dados. "A recapitalização da Caixa depende das suas necessidades. É importante que o governo e o Banco de Portiugal divulguem os dados que têm sobre auditoria.
"Não falamos dos números. É o Governo que os deve anunciar", acrescenta o Bloco de Esquerda.
Também o PCP confirma a existência de conversações, mas desmente que tenha dado luz verde ao avanço do processo,
A Antena 1 anuncia ainda que o plano prevê também que o banco do Estado fique com os 900 milhões de euros injectados pelo executivo em 2012 e que deveriam ser devolvidos no próximo ano.
[Notícia actualizada com mais dados às 15h15]