O ministro da Defesa Nacional admitiu em Bucareste, Roménia, um “contributo importante” das Forças Armadas de Portugal na eventual campanha de vacinação contra a Covid-19, um futuro que o governante espera que não seja “muito longínquo”.
“Teremos no futuro, não para estas próximas semanas, não para este período de declaração de emergência imediata, mas num futuro que esperemos que não seja muito longínquo, o grande desafio da vacinação [contra a Covid-19], e, portanto, aí com certeza que há também um contributo importante a dar pelas Forças Armadas”, disse João Gomes Cravinho.
O governante respondia à agência Lusa durante uma conferência de imprensa, no final de uma reunião como homólogo romeno, inserida na visita oficial do ministro da Defesa a Bucareste, capital da Roménia, na sequência do programa de alienação de F-16.
Sobre o estado de emergência que vai entrar em vigor a partir de segunda-feira, João Gomes Cravinho identificou a “problemática da rastreabilidade” do SAS-CoV-2 como “um desafio” que as Forças Armadas de Portugal têm de enfrentar.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou na sexta-feira o estado de emergência em Portugal, por 15 dias, a partir de segunda-feira, para permitir medidas de contenção da Covid-19.
Durante a conferência de imprensa, o ministro referiu que “tomou notas” da atuação das Forças Armadas romenas durante a pandemia.
Interpelado sobre o que é que Forças Armadas de Portugal podem aproveitar a partilha de experiências com as homólogas romenas, Gomes Cravinho realçou que a expansão da capacidade de hospitais campanha.
“É algo que poderemos também vir a estudar em Portugal, em coordenação, naturalmente, com o Ministério da Saúde, para corresponder, se houver necessidade disso, às necessidades da nossa população”, completou.
Durante a manhã e à margem de uma visita à 86.ª Base Aérea da Força Aérea da Roménia, em Borcea, no sudeste do país, o ministro foi interpelado sobre a coordenação das forças armadas dos Estados-membros na resposta à emergência pandémica, que já tinha sido definida como uma prioridade na área da Defesa da presidência portuguesa da União Europeia (UE).
“Vamos ver agora como é que pandemia evolui, porque, naturalmente, para haver coordenação tem de haver uma diferenciação no impacto, ou seja, nós estaremos em condições de ajudar outros quando a pandemia estiver mais controlada no nosso país e vice-versa”, respondeu o governante.
A situação atualmente é “bastante grave”, mas Gomes Cravinho espera que durante a presidência de Portugal na UE “haja condições” para um apoio mútuo entre as diferentes forças armadas europeias.