Portugal continental entrou, esta segunda-feira, em situação de contingência, devido às previsões meteorológicas dos próximos dias que apontam para o agravamento do risco de incêndios rurais. A essa hora eram mais de 2.000 os bombeiros que combatiam fogos florestais em vários incêndios.
Os mais preocupantes para o Comando Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil eram os de Ourém, no distrito de Santarém, de Pombal, no distrito de Leiria, e de Ribeira de Pena, em Vila Real.
Este último incêndio, que deflagrou pelas 15h00 de domingo e está a consumir uma zona de floresta, estava a ser combatido por 162 operacionais, apoiados por 47 veículos. Em decralações à Renascença, o comandante operacional Rodrigo Bertelo adianta que se espera um reforço de meios no terreno, neste incêndio, para esta segunda-feira.
O fogo que começou na quinta-feira no concelho de Ourém, distrito de Santarém, e afeta os municípios de Ourém, Ferreira do Zêzere e Alvaiázere, mobilizava à meia-noite 612 bombeiros, apoiados por 204 veículos. Os reacendimentos têm sido a maior dificuldade, mas o combate tem decorrido favoravelmente, segundo o comandante operacional Rodrigo Bertelo.
“Este incêndio está, em grande parte, em resolução, apesar de permanecer considerado ativo, dada a sua dimensão e dificuldade na supressão de algumas reativações. Cerca de 80 por cento está em resolução e contamos que durante a noite, com os restantes 20 por cento, o fogo possa ficar dominado”, afirmou à Renascença.
O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Vale da Pia, no concelho de Pombal, distrito de Leiria, estava a ser combatido por 388 homens, apoiados por 125 viaturas.
Segundo o comandante operacional, as autoridades contam que a redução da temperatura e o aumento da humidade previstos para a noite abram "uma janela de oportunidade para consolidar e apagar" os incêndios, prevenindo reativações.
Portugal continental entrou hoje às 00h00 em situação de contingência, que deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas poderá "ser prolongada caso seja necessário" e "não exclui a adoção de outras medidas que possam resultar da permanente monitorização da situação", segundo um comunicado divulgado no domingo pelo Ministério da Administração Interna.
O risco de incêndio levou ainda o primeiro-ministro, António Costa, a cancelar uma visita que tinha planeada a Moçambique entre segunda e terça-feira, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a cancelar uma deslocação a Nova Iorque.