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A quarta dose contra a covid-19 deve ser administrada apenas em idosos ou pessoas com o sistema imunitário fragilizado, defendeu hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterando como prioritária a vacinação primária a nível global.
"Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose de forma mais generalizada", adiantou a cientista chefe da OMS, Soumya Swaminathan, numa conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da covid-19 no mundo.
A especialista reiterou que a OMS recomenda um processo de vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2 composto por duas doses iniciais e uma de reforço, o que permite "uma resposta imunitária mais completa e forte".
"Consideramos que a primeira fase de vacinação é composta por três doses", explicou Soumya Swaminathan, ao reconhecer que uma "quarta dose pode ajudar" na imunização das pessoas com mais idade ou com doenças que afetam o sistema imunitário.
Segundo alegou, uma parte considerável da população mundial ainda não tem acesso a vacinas, como é o caso de África, continente onde apenas 15% da população total receberam as primeiras duas doses.
"Em África, apenas 26% da população com mais de 60 anos recebeu duas doses e isso é muito preocupante porque em qualquer surto futuro, como o que estamos a ver em alguns países, esse grupo estará em risco de desenvolver doença grave", alertou Soumya Swaminathan.
Recentemente, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que as pessoas com mais de 80 anos vão receber um novo reforço da vacina contra a covid-19 a partir do final de agosto ou início de setembro e que estava também a ser equacionado para as pessoas entre 60 e 80 anos.