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O ministro de Estado, Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, considera que a sucessão do "lay-off" não se pode fazer com cortes salariais e que o nível de rendimentos baixos não é compatível com o arranque que se quer para empresas e empregos.
"O sucessor do 'lay-off' não pode assentar no nível de cortes de salário que agora temos. Temos de evoluir, reconhecendo que as empresas estão a fazer esforço para crescer, mas não pode ser feito à custa de salários, como temos assistido até aqui", afirmou o ministro da Economia, esta terça-feira, no Parlamento, assegurando que, "nesta fase de transição, o apoio ao emprego vai ser mesmo apoio ao emprego".
Siza Vieira explicou que o Governo se prepara para aprovar o plano de estabilização económica e social, "que assenta em quatro pilares: institucional, apoio às empresas, apoio ao emprego e social".
"Obviamente, estes apoios têm de ter atenção ao regimento dos trabalhadores no 'lay-off'. Até agora, seguimos as regras do código do trabalho, dois terços do salário, nos próximos meses é preciso apoiar a retoma da atividade com um nível de retribuição que não pode assentar num corte tão significativo nos rendimentos dos trabalhadores. O objetivo é assegurar que, na retoma, as empresas continuam a ter capacidade de crédito", explicou o ministro da Economia.
Esta é a "fase de estabilizar e ajudar as empresas a ficarem vivas". Mais tarde, virá a fase de recuperação, de acordo com o governante.
O desemprego subiu para 6,3% em abril, mas o ministro admite que "os números provisórios apontam para que o ritmo do desemprego tenha diminuído em maio, tendo em conta os inquéritos das empresa".
"O índice de emprego e horas trabalhadas melhoraram em maio em relação a abril", garantiu Siza Vieira, que considera que as contas são "menos más" do que se esperava há um mês, no pico da pandemia.
Insolvências vão aumentar
O ministro da Economia assumiu que ainda não tem dados sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus nas empresas, em particular no fecho de portas e dificuldades sérias de muitas delas.
"Não temos números da justiça para perceber insolvências, que é certo que vão aumentar. Havia empresas já em dificuldades antes da pandemia e os apoios não estavam aptos a empresas que já estavam em dificuldades. Admito, por isso, que essas que já estavam em situação má agora estejam em insolvência", admitiu Pedro Siza Vieira.