Ministro da Defesa desvaloriza encontro com Gouveia e Melo num bar em Lisboa
20-11-2024 - 14:57
 • Tomás Anjinho Chagas

Nuno Melo foi fotografado com o atual chefe do Estado-Maior da Armada num encontro informal, na altura de decidir se vai reconduzir Gouveia e Melo na liderança da Marinha. Almirante continua a não excluir ser candidato às presidenciais em 2026.

Nuno Melo, ministro da Defesa, desvaloriza o encontro informal que teve com o Almirante Henrique Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada, num bar em Lisboa durante a noite desta terça-feira.

"É suposto que o ministro da Defesa tenha muitos assuntos a tratar com o chefe do Estado-Maior da Armada", respondeu Nuno Melo aos jornalistas, à margem do Congresso de Auditores do Curso de Defesa Nacional, na Academia Militar da Amadora. Num bar, insistiram os jornalistas? "Onde seja, onde seja", secou o ministro sem querer dar mais declarações.

A notícia do encontro informal entre Nuno Melo e Gouveia e Melo foi avançada pelo jornal Página Um, que fotografou o ministro e o Almirante desfardado, junto a um bar na zona do Campo Pequeno, em Lisboa.

A reunião noturna ganha especial importância numa altura em que está por semanas a recondução (ou não) do Almirante Gouveia e Melo como Chefe do Estado-Maior da Armada, que está a chegar ao fim. O militar - que ganhou enorme notoriedade pública ao comandar a task force para a vacinação contra a Covid-19 durante a pandemia - ainda não excluiu a hipótese de se candidatar à Presidência da República em 2026.

A recondução para estes cargos é indicada pelo Governo e nomeada pelo presidente da República. Neste evento na Academia Militar da Amadora, Marcelo Rebelo de Sousa também esteve presente e preferiu não comentar esse eventual novo mandato de Henrique Gouveia e Melo.

Esta terça-feira, o Almirante Gouveia e Melo voltou a garantir que não toma decisões sobre o seu futuro "com base em sondagens ou em outro processo" e garantiu que vai tomar a decisão de acordo com a sua consciência. Numa entrevista recente à RTP3, Gouveia e Melo recusou-se a "dizer não" à corrida a Belém em 2026 e rejeita limitar as suas liberdades cívicas nesta altura.