Os deputados efectivos da comissão parlamentar de Defesa vão ter acesso aos documentos confidenciais do exército sobre o assalto a Tancos.
O chefe do Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, foi ouvido esta terça-feira, à porta fechada, pelos deputados da comissão, a quem explicou as razões para essa informação ser classificada.
O presidente da comissão parlamentar de Defesa, o deputado social-democrata Marco António Costa, ouviu as explicações de Rovisco Duarte sobre o assalto a Tancos e destaca a transparência do chefe militar.
“O sr. general respondeu a todas as questões colocadas, dentro dos limites dos conhecimentos que ele pode ter sobre o tema. Nós recebemos informação classificada, mas os deputados efectivos da comissão de Defesa não estão impedidos de acederem aos documentos”, adiantou Marco António Costa.
De acordo com o deputado do PSD, os documentos em causa “dizem respeito às averiguações que o Exército realizou no âmbito deste processo de desaparecimento das armas de Tancos”.
No próximo dia 28, será a vez do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, ser ouvido sobre este assunto na comissão parlamentar de Defesa.
Segundo fontes presentes na audição, ouvidas pela agência Lusa, Rovisco Duarte foi questionado sobre a discrepância entre o material militar furtado em Tancos e aquele que foi recuperado pela Polícia Judiciária Militar na Chamusca, que encontrou uma caixa de petardos que não constava na relação inicial.
Rovisco Duarte, acrescentaram as fontes, explicou que se trata de uma caixa com 100 explosivos pequenos, de 200 gramas, e clarificou as suas declarações à imprensa no passado dia 31 de Outubro, em que considerou a situação "compreensível".
Hoje, o general frisou que considerou que a falha de inventário era compreensível, mas inaceitável e que o Exército está a melhorar o sistema de inventariação.
Rovisco Duarte reiterou a explicação já avançada no passado dia 31 de Outubro, em conferência de imprensa, dizendo que se tratou de material que é retirado do paiol e não é todo usado no mesmo dia, regressando sem registo de entrada.
Segundo as mesmas fontes, o CEME deu ainda explicações pormenorizadas sobre os motivos para a desativação dos paióis de Tancos e sobre a transferência do material para Santa Margarida e para os paióis da Força Aérea e da Marinha, bem como sobre os planos do Exército para reforçar a segurança das unidades e para melhorar sistemas de inventariação.