O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considera que o cancelamento de 360 voos da TAP nos dias 8 e 9 de dezembro, alguns dos quais para a região, é um “desastre” para a companhia.
Questionado pelos jornalistas sobre a greve da TAP e o cancelamento de 360 voos em 08 e 09 de dezembro, que afetará também a Madeira, o chefe do executivo madeirense disse que, felizmente, a região tem 34 companhias em operação e 90 rotas.
“Temos companhias que podem suprir esta situação da TAP, que é muito constrangedora. Numa altura em que nós precisamos de ter a companhia nacional com condições de operacionalidade, numa época alta, com grande afluência de turistas e de locais, a situação de cancelamentos […] é um desastre para a companhia”, afirmou.
Miguel Albuquerque falava à margem de uma ação de promoção da gamba da Madeira, que decorreu num restaurante na baixa do Funchal.
“Isto é o país que temos e a gestão que nós temos. Nada funciona. O SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não funciona, a TAP não funciona”, criticou.
O presidente do Governo da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, acrescentou que a Ryanair, “a tal companhia que muitos diziam que não prestava”, oferece 355 mil lugares por ano para o Funchal e “os voos têm uma taxa de ocupação média de quase 92% e dá lucro”.
“É a diferença”, concluiu Miguel Albuquerque.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, anunciou hoje que a companhia vai cancelar 360 voos em 08 e 09 de dezembro, dias da greve de tripulantes de cabine, afetando cerca de 50.000 passageiros e provocando uma perda de oito milhões de euros em receitas.
"[O sindicato] decidiu manter a assembleia no dia 06 de dezembro, dois dias antes da greve. [...] Qualquer que seja a decisão do sindicato, e por causa da dimensão da TAP, será tarde para fazer algo devidamente organizado. Por isso, tomámos a decisão de cancelar 360 voos”, disse, em conferência de imprensa.
Os tripulantes da TAP vão avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), apontando como motivos o “descontentamento, revolta e mal-estar” entre os trabalhadores.
A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do Acordo de Empresa (AE), no âmbito do plano de reestruturação.
A companhia propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas.