A líder do PAN, Inês Sousa Real, foi recebida com insultos por um grupo de pessoas ligadas à tauromaquia na chegada ao aeroporto de Beja para uma ação de campanha para as legislativas.
O grupo, formado por cerca de 30 pessoas, incluindo elementos dos Forcados Amadores de Beja e, pelo menos, uma apoiante do partido Chega, começou a juntar-se ainda Inês Sousa Real não tinha chegado ao local.
Os manifestantes empunhavam uma faixa com o nome do grupo de forcados da capital do Baixo Alentejo e algumas pessoas tinham chocalhos.
Assim que a porta-voz do PAN chegou ao aeroporto, começaram-se a ouvir insultos e o barulho dos chocalhos não terminaram, nem mesmo durante uma conversa que Inês Sousa Real manteve com elementos de movimentos de cidadãos de Beja.
Em declarações aos jornalistas, a líder do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou que "nada justifica o insulto e a ofensa", lembrando que "não é assim" que se defendem "as diferentes causas e visões" para a sociedade.
"É profundamente lamentável, inclusivamente que outras forças políticas se juntem a vozes que ofendem, em regra, as mulheres, com adjetivações que não são aceitáveis numa sociedade civilizada", sublinhou.
Inês Sousa Real notou que este protesto "não espelha as preocupações da região", acusando os manifestantes de terem "uma visão redutora da região", pois resumem "à tauromaquia aquilo que necessita o distrito de Beja".
Questionada pelos jornalistas sobre as acusações feitas pelo grupo de manifestantes, de que o PAN está a tentar implementar no país políticas de ditadura, a porta-voz do partido recusou essa ideia.
"Não podemos confundir o progresso civilizacional. Não faz sentido que, em pleno século XXI, continuemos a torturar animais na arena e procuremos elevar isso a espetáculo", salientou, considerando que "há outras formas de divertimento e resquícios culturais".
Também em declarações aos jornalistas, Miguel Peixe, um dos manifestantes, disse participar no protesto por não concordar com as ideias defendidas pelo partido de Inês Sousa Real.
"Querem proibir. A palavra de ordem é proibir e é contra esse proibir que nós estamos aqui, a manifestar o nosso desagrado", justificou.
Miguel Peixe argumentou que é a agricultura que "faz mover o Alentejo e Ribatejo", alegando que, além do setor agrícola, as únicas áreas que dão emprego na região "é a câmara, o hospital e as minas" de Neves-Corvo, da empresa Somincor.