França enviou esta quinta-feira gás para a Alemanha pela primeira vez, numa demonstração de "solidariedade europeia" face às crescentes pressões energéticas no contexto da guerra na Ucrânia.
A transferência de gás está prevista num acordo alcançado entre Paris e Berlim para aliviar as insuficiências energéticas atuais, consequência do fecho da torneira do gás à Europa pelo Governo russo de Vladimir Putin.
Apesar de esta transfega representar menos de 2% das necessidades diárias energéticas da Alemanha, vem contribuir para a tentativa da chancelaria em diversificar as suas fontes de energia no contexto da guerra da Ucrânia e consequente crise energética.
De acordo com o operador francês GRTgaz, inicialmente serão entregues à Alemanha, por dia, 31 GWh através de um gasoduto na cidade fronteiriça francesa de Obergailbach. A capacidade máxima diária deste fornecimento concreto de gás, adiantou a empresa em comunicado, é de 100 GWh.
A Rússia tem sido acusada pela União Europeia e pela comunidade internacional de usar o fornecimento de gás como arma contra o Ocidente desde que invadiu a Ucrânia, no final de fevereiro deste ano.
O acordo de solidariedade energética alcançado em setembro prevê que a Alemanha forneça eletricidade adicional a França sempre que necessário; em troca, Paris fornece gás, ainda que pouco, a Berlim.
"Se não tivéssemos esta solidariedade europeia e um mercado unido e integrado neste momento, estaríamos em sérios problemas", declarou ontem o Presidente francês, Emmanuel Macron.
França, como Portugal, é menos afetada pelos cortes de fornecimento de gás pela Rússia, no caso francês porque a maior parte das suas necessidades energéticas é assegurada pela Noruega e através de outras fontes de Gás Natural Liquefeito (GNL).