A União Europeia (UE) defendeu esta sexta-feira uma investigação aos recentes acontecimentos na Faixa de Gaza e apelou a um cessar-fogo que permita que a ajuda humanitária chegue aos palestinianos.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se, na sua conta na rede social X, "chocado e repugnado com as imagens de Gaza", apelando urgentemente a um cessar-fogo que permita a distribuição de ajuda humanitária.
Pelo menos 109 habitantes de Gaza morreram e 760 ficaram feridos na quinta-feira, enquanto aguardavam a chegada de ajuda humanitária transportada por uma caravana de 32 camiões, segundo o Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas, que responsabilizou as tropas israelitas.
Michel pediu uma investigação independente aos acontecimentos de quinta-feira e que os responsáveis respondam pelos seus atos.
Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se manifestou, através da mesma plataforma, "profundamente perturbada", sublinhando a necessidade de se mobilizarem todos os esforços para averiguar os factos e responsabilidades.
"Estamos com os civis, apelando à sua proteção em linha com o direito internacional", escreveu ainda.
Do seu lado, o exército israelita adiantou que se trataram de dois incidentes distintos: o primeiro em que não houve fogo israelita, mas uma multidão esfomeada terá saqueado e cercado os camiões que transportavam ajuda, fazendo-os recuar.
A "maioria das vítimas" ocorreu neste incidente com o camião, disse o porta-voz militar Peter Lerner, salientando que muitos foram atropelados.
Num segundo incidente, alguns metros mais a norte, na estrada que liga o sul e o norte de Gaza, e depois de os camiões se terem afastado, disse Lerner, um grupo indeterminado de habitantes de Gaza terá sido alvejado por soldados que os consideraram uma "ameaça numa zona de guerra".
"Foi uma resposta limitada, fogo limitado", disse Lerner, sem adiantar uma estimativa do número de feridos ou mortos.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que já causou mais de 30 mil mortos, de acordo o Hamas, catalogado pela UE e os Estados Unidos como organização terrorista, que controla o território desde 2007.