Mais de 16 mil hectares arderam até à tarde desta sexta-feira no incêndio rural que lavra desde o último sábado na serra da Estrela, entre os distritos de Castelo Branco e Guarda, de acordo com o sistema de vigilância europeu Copernicus.
Segundo informação consultada pela Lusa às 15h30, a área ardida neste fogo é de 16.310 hectares.
Na quinta-feira de manhã, estavam contabilizados perto de 10 mil hectares de área ardida.
A página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil dá conta de que à mesma hora estavam mobilizados para o combate às chamas 1.661 operacionais, apoiados por 467 viaturas e 12 meios aéreos.
O incêndio deflagrou na madrugada do dia 06 em Garrocho, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e as chamas estenderam-se depois ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira.
Em causa está uma área de parque natural, classificada, mas, segundo uma resposta enviada esta sexta-feira à Lusa pela Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), “nada indica que o geoparque da Estrela perca tal classificação apenas por motivos relacionados com um fogo florestal”.
“As avaliações competem às instâncias dos Geoparques Mundiais da Unesco, que as levam a cabo de quatro em quatro anos, para aferir do cumprimento, por parte dos geoparques, dos objetivos e condições que levaram à sua criação, pelo que, não sendo da sua competência, a Comissão Nacional não irá efetuar nenhuma avaliação”, indicou.
O Estrela Geopark, classificado pela Unesco em 2020, inclui parte ou a totalidade dos nove municípios que se estruturam em torno da serra da Estrela (Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia), segundo o seu sítio na Internet. Tem uma área de 2.216 quilómetros quadrados.
Ainda de acordo com este ‘site’, os geoparques da Unesco “são áreas geográficas bem delimitadas, onde os sítios e paisagens de importância geológica internacional são geridos a partir de uma visão holística de proteção, educação e desenvolvimento sustentável”.
Esta sexta-feira ao início da tarde, o incêndio mantinha uma frente ativa de maior preocupação entre os concelhos da Guarda e Celorico da Beira, mas durante a noite, segundo a Proteção Civil, “foi possível fazer um trabalho bastante significativo de consolidação” das operações.
O vento e a orografia têm sido as principais preocupações no combate às chamas, durante o qual, na quinta-feira, o capotamento de um veículo provocou cinco feridos, três deles com maior gravidade.
Hoje, continuam internados dois destes feridos, um deles em estado grave, segundo fonte hospitalar.
A Câmara da Guarda indicou que no concelho arderam quatro casas de segunda habitação, quatro palheiras e várias casas devolutas.
[atualizada às 16h18]