Os bispos franceses comprometeram-se a indemnizar as vítimas de abusos sexuais praticados no seio da Igreja. O presidente da Conferência Episcopal de França anunciou que poderão ser vendidos “bens imobiliários”, pertencentes à CEF ou às dioceses católicas, ou então recorrer a um empréstimo.
“Qualquer pessoa vítima que se apresente será indemnizada, mas não temos uma ideia precisa do que isto pode custar”, admitiu D. Éric de Moulins Beaufort. As primeiras indemnizações poderão ser pagas já em 2022.
O arcebispo de Reims anunciou, ainda, ter pedido ajuda ao Vaticano, para que envie uma equipa de conselheiros, alguém “de confiança” que vá verificar se os bispos têm feito tudo o que devem para ajudar e compensar as vítimas de abusos sexuais. O pedido terá sido endereçado diretamente ao Papa Francisco.
O presidente da Conferência Episcopal Francesa falava aos jornalistas, em conferência de imprensa, no final da reunião em que foi analisado o relatório da comissão independente aos abusos de menores na Igreja católica francesa desde 1950.
O documento, divulgado em outubro, aponta para a ocorrência de mais de 300 mil casos em 70 anos. Apesar das críticas ao facto da comissão ter chegado a este número com base em estimativas, os bispos franceses aceitaram sem reservas a responsabilidade sobre os erros históricos cometidos neste âmbito, e comprometeram-se a corrigir e a tentar fazer justiça, em colaboração com as autoridades civis.