Corria o ano de 2013 quando a Facestore se lançou no mercado. Esta aplicação, que permite abrir lojas na rede social Facebook, estava a dar os primeiros passos, quando, um ano depois, decidiu ir à Web Summit, na altura ainda em Dublin. Repetiram depois a experiência em 2015 e, no ano passado, já em Lisboa. “Houve alturas em que sentimos que foi a Web Summit que fez uma grande transformação na nossa vida”, diz Paulo Solinho Barbosa, fundador da Facestore.
Solinho Barbosa olha para os quatro anos de história da empresa e não tem dúvidas que a Web Summit foi essencial no crescimento. “Conhecemos na Web Summit parceiros e pessoas que acabaram por ser nossos investidores depois da Web Summit”, explica.
Foi um desses parceiros que abriu as portas do Reino Unido. Na Web Summit de Dublin, conheceram a representante do Reino Unido do programa “UK Trader Investment”, lançado pelo governo britânico para apoiar empresas europeias a montarem operações naquele país. "A partir daí, desenvolveram-se um conjunto de contactos que nos permitiram depois ir para Londres, ir para Manchester, falar com muita gente e decidir depois montar as nossas operações no Reino Unido”, descreve.
Este ano a Facestore não volta à Web Summit. “Fizemos todo o percurso. Começámos como ‘alpha’ [fase inicial de uma empresa], passámos para ‘beta’ [startups já com algum investimento] e, no ano passado, fomos, de facto, uma das poucas ‘startups’ portuguesas a ser consideradas ‘start’, estivemos num espaço mais privilegiado e mais seleccionado”, acrescenta.
Feito este percurso, a Facestore dá lugar a outros. “O ano passado foi a nossa graduação”, brinca Paulo Barbosa. “Vamos antes dar oportunidade às novas ‘startups’, às empresas que estão a começar os seus negócios, que estão agora a arrancar.”
Knok. O médico ao domicilio já chegou a Londres e a Madrid
A Knokcare é outra empresa portuguesa que leva na sua história a marca da Web Summit. Ao contrário da Facestore, a Knok só participou numa edição da Web Summit, a do ano passado, em Lisboa. Mas foi o suficiente para conseguir garantir investimento estrangeiro, embora o trabalho de angariação não tenha sido feito no evento.
“Estávamos a trabalhar há mais de seis meses em conjunto e a Web Summit foi o culminar desse projecto”, diz José Bastos, fundador da Knok.
Com o investimento conseguiram dar o salto até Londres e depois para Espanha.
Apesar de não considerar que a Web Summit tenha sido determinante para a internacionalização da Knok, José Bastos reconhece que foi neste evento que fizeram outros contactos que, no futuro, podem abrir outras portas.
“Fizemos alguns contactos de outros países que continuamos a alimentar. Acreditamos, que, um destes dias, podem ser consequentes no lançamento da Knok em países externos”, afirma.
José Bastos reconhece ainda a importância da Web Summit para perceberem se a aplicação está a ser bem compreendida pelo público.
“Temos muita gente que nos faz perguntas inteligentes e temos algumas pessoas que nos fazem perguntas menos inteligentes, mas que, no limite, também nos servem para pensar: de onde é que vem esta pergunta? Se não é óbvio para alguém o que estou a fazer, então é porque eu estou de alguma forma a explicar mal ou a fazer de uma forma menos clara.”