PSD não coloca obstáculos à aprovação do Orçamento se for "útil para o país"
08-11-2023 - 20:04
 • Manuela Pires

O líder do PSD, que esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa durante mais de uma hora, defendeu ainda que a única saída para a crise política que o país vive é devolver a palavra aos portugueses e marcar eleições legislativas antecipadas.

O líder do PSD, Luis Montenegro, defendeu esta quarta-feira que, “se for útil para o país” e se estiver em causa aumento de salários e pensões ou a execução de investimentos públicos no PRR, o partido não se vai opor à aprovação do Orçamento do Estado no final deste mês.

“Se estiver em causa a execução de investimentos públicos que têm financiamento no PRR e prazo para ser concluídos, se estiver em causa a atualização salarial na administração pública. Se nesse contexto, se vier a concluir que é mais útil ter um orçamento, ainda que não seja o nosso orçamento, o PSD não criará nenhum obstáculo sobre isso”, garantiu Luis Montenegro, no final de uma audiência com o Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.

O líder do PSD, que esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa durante mais de uma hora, defendeu ainda que a única saída para a crise política que o país vive é devolver a palavra aos portugueses e marcar eleições legislativas antecipadas.

Luis Montenegro diz que as eleições devem ocorrer o mais rápido possível, mas deixando espaço ao Partido Socialista para encontrar um novo líder.

“O que é desejável para o futuro do país é que esta situação de instabilidade política se resolva o mais rápido que for possível. Mas não podemos deixar de registar, também, o nosso respeito democrático pelo Partido Socialista que estará prestes a iniciar um processo de substituição da sua liderança e creio que há um espaço temporal de dois meses mais qualquer coisa”, referiu o líder do PSD.

Em declarações aos jornalistas, Montenegro disse que é preciso “cortar o mal pela raiz e iniciar um ciclo novo e dar a um futuro governo a autoridade política que só o voto pode dar”. Garante que o objetivo do partido não é a confrontação, mas sim “unir o país para resolver problemas que o país atravessa”.

A delegação do PSD incluía para além do líder, Luis Montenegro, Hugo Soares, os vice-presidentes Paulo Rangel e Margarida Balseiro Lopes e o líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento.