O nível baixo da água nas barragens algarvias está a preocupar autarcas e habitantes. O presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, António Miguel Pina, diz que a escassez água pode obrigar à seleção no abastecimento.
“Se não houver água, o esforço do investimento público que vamos ter é para garantir o abastecimento ao público, não fica garantido o que a agricultura consome”, afirma nesta quinta-feira. “Daí que seja preciso pensar que agricultura é que o Algarve pode ter”, sublinha.
De acordo com este responsável, “a agricultura representa 60%” do gasto de água. “O consumo 30% e o golfe 6%”, adianta à Renascença.
Nesta altura, o barlavento está já no nível vermelho, segundo os mais recentes dados revelados pelo Sistema Nacional de Recursos Hídricos.
Esta é a área geográfica onde, no final de agosto, havia menor disponibilidade de água: apenas 18,3%, quando a média ronda os 62,5%.
“Eficiência, novas captações de água e repensar que agricultura é que o Algarve pode ter, uma vez que não tem água”, são os três fatores a estudar, considera António Miguel Pina.
Silves é um dos concelhos com maior produção agrícola e a presidente da autarquia, Rosa Palma, mostra-se preocupada.
“Temos contacto direto com aquilo que é a falta de água”, afirma à Renascença. “Temos aqui um concelho que depende muito dessa água, temos uma grande produção agrícola e todas estas situações são bastante preocupantes”, admite.
A entidade que gere a distribuição é a Águas do Algarve que, contactada pela Renascença, escusou-se a dar mais esclarecimentos.