O processo negocial dos trabalhadores da Transtejo/Soflusa quanto à atualização salarial voltou à “estaca zero”, após uma comunicação da administração da empresa enviada ao sindicato, segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
“Após a reunião com as estruturas de trabalhadores, realizada no passado dia 8, o ministro do Ambiente ficou em dar respostas, numa reunião a realizar hoje, que não se realizou porque, de acordo com uma comunicação da administração, o processo voltou à ‘estaca zero’, de acordo com as orientações da tutela”, pode ler-se num comunicado da FECTRANS.
De acordo com o sindicato, os conflitos laborais “resolvem-se com respostas aos problemas e num quadro de negociação que permita evoluções na discussão e a obtenção de acordos”.
Contudo, refere a FECTRANS, o governo “quer manter mais um ano de congelamento de salários”.
“No Ministério da tutela dão a entender que não se encontra acordo por causa do ministro das Finanças, mas para nós o problema são as opções do governo, que entende que os trabalhadores não podem ver melhoradas as suas condições laborais e salariais e que, com isso, origina os diversos conflitos laborais”, lê-se na nota do sindicato.
Os trabalhadores da Transtejo e da Soflusa apresentaram pré-avisos de greve parcial de três horas por turno para os dias 21, 22 e 23 de setembro, por falta de entendimento com a administração quanto à atualização salarial.
Tanto os trabalhadores da Transtejo, como os da Soflusa (duas empresas que têm administração comum), estiveram já em junho e julho em greve parcial, depois de uma primeira paralisação em 20 de maio.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.