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O Primeiro-ministro prepara-se para anunciar o fecho de todos os estabelecimentos de ensino, do básico ao superior a partir de sexta-feira. António Costa deve falar ao país por volta das 13h00, após a reunião do Conselho de Ministros que vai decorrer por videoconferência, segundo uma nota enviada às redações.
Segundo disse fonte do Executivo à Lusa, a informação recebida “na quarta-feira, após reunião com epidemiologistas, foi considerada muito relevante e determinante para a decisão, tendo em conta o crescimento da variante britânica do novo coronavírus em Portugal”.
Com esta medida, o objetivo principal “é isolar todo o sistema escolar”, já que, “não havendo aulas, evita-se que as pessoas sejam forçadas a sair de casa”.
Na quarta-feira à noite, através de uma mensagem nas redes sociais, o primeiro-ministro referiu que o Governo vai analisar as informações sobre a “alarmante progressão” da epidemia em Portugal, designadamente o crescimento da variante britânica do novo coronavírus, e “decidirá em conformidade para salvar vidas”.
Também o Presidente da República e recandidato ao cargo afirmou, na quarta-feira à noite, que o encerramento das escolas “é uma boa solução”.
O Governo não queria fechar as escolas, mas a decisão parece inevitável: assiste-se ao agravamento dos números; a situação nos hospitais é descrita como catastrófica; e a chamada estirpe britânica da Covid-19, cerca de 70% mais contagiosa, está em franco crescimento em Portugal.
A ministra da Saúde já veio dizer que a atual situação da pandemia está a colocar a capacidade de resposta do setor no limite e admitiu que os números ainda vão se agravar nos próximos dias. “Os profissionais de saúde têm nos levado a acreditar que conseguem sempre fazer mais um pouco, mas neste momento sinto que estamos muito próximo do limite e que há situações em que estamos no limite”, afirmou Marta Temido na RTP3.
À Renascença, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa reconhece que a medida peca por tardia. “É óbvio que este tipo de decisão já devia ter sido tomada, como aconteceu noutros países. Os governos reagem muito em função daquilo que é a perceção das pessoas e a forma como as medidas vão ser recebidas – é um modelo político, mas o que estamos a enfrentar é um problema médico.”
Segundo Fausto Pinto, “o que tem havido é uma certa dessincronia entre o que devem ser medidas que tem obviamente um impacto político, num problema de saúde”.
Portugal registou na quarta-feira 219 mortes relacionadas com a Covid-19 e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus, os valores mais elevados desde o início da pandemia, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O número de internamentos está a subir desde o dia 1 de janeiro, dia em que estavam 2.806 pessoas internadas.