Os jogadores da seleção da Alemanha taparam a boca durante a fotografia de grupo antes do início do jogo frente ao Japão, no Mundial 2022, no Qatar, em protesto com a decisão da FIFA de proibir os capitães de utilizar uma braçadeira pela igualdade.
A seleção alemã era uma das que pretendia utilizar a braçadeira "One Love" ("um amor"), uma mensagem de apoio para a comunidade LGBTQ+, mas foram proibidos pela FIFA, que ameaçou sanções aos jogadores, como cartão amarelo e possíveis suspensões.
"Com a nossa braçadeira de capitão quisemos dar o exemplo pelos valores que vivemos na seleção: a diversidade e o respeito mútuo. Não se trata de uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis. É por isso que esta mensagem é tão importante para nós. Proibir a braçadeira é como calar as nossas bocas. A nossa postura continua a mesma", pode ler-se numa nota da federação.
A imprensa alemã tinha noticiado que Manuel Neuer, guarda-redes e capitão da seleção alemã, iria entrar em campo com a braçadeira e aceitar a punição de arrancar o jogo com cartão amarelo. No entanto, Neuer surgiu sem a braçadeira no relvado, ainda não sendo conhecido o motivo da mudança de última hora.
A polémica das braçadeiras ganhou relevância quando sete federações europeias — nas quais não se incluia a portuguesa – se uniram no sentido de utilizar a braçadeira com a inscrição "One Love", em alusão à igualdade que não é defendida no Qatar.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça acabaram por dispensar os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.
Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, surgiu com a braçadeira na bancada presidencial do estádio e esteve à conversa com Gianni Infantino, presidente da FIFA. A política alemã tinha apontado a um "grande erro da FIFA" e apelou à união dos países europeus.