O líder da Comissão de Direitos Humanos do Senado brasileiro pediu hoje ao Ministério Público que abra uma investigação contra o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet por sugerir a morte do Presidente eleito, Lula da Silva.
A petição foi apresentada ao Ministério Público, em Brasília, por Humberto Costa, um senador do Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula da Silva.
"Estou entrando com uma representação junto ao MPDFT [Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios] contra o ex-piloto golpista, Nelson Piquet. Em vídeo que circula nas redes sociais, Piquet ameaça a vida do ex-presidente Lula. Não podemos normalizar o ódio e a barbárie. O bolsonarismo precisa ser expurgado do Brasil", escreveu o senador nas redes sociais.
Humberto Costa baseou o seu pedido num vídeo que circula nas redes sociais em que o tricampeão mundial de Fórmula 1 (1981, 1983 e 1987) cita o seu desejo de ver "Lula no cemitério".
O vídeo foi aparentemente gravado numa das manifestações de quarta-feira, em que apoiantes do chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, derrotado por Lula da Silva nas eleições presidenciais de domingo, apelam a uma "intervenção militar" para evitar que o Presidente eleito assuma a presidência a 1 de janeiro.
Piquet é um admirador declarado de Bolsonaro e está entre os empresários que ajudaram a financiar a sua campanha de reeleição.
Lula ganhou a eleição de domingo com 50,9% dos votos para os 49,1% de Bolsonaro, o que significa que tomará posse em janeiro para o seu terceiro mandato como Presidente do Brasil.
Bolsonaro levou quase dois dias a admitir a derrota e na quinta-feira o seu governo iniciou o processo de transição, mas alguns dos seus apoiantes ainda estão descontentes com o resultado das eleições, que consideram ser produto de fraude, e organizaram manifestações e até bloqueios de estradas para protestar contra a vitória de Lula.
Desde julho, Piquet enfrenta outro processo judicial por declarações racistas e homofóbicas contra o condutor britânico Lewis Hamilton, a quem se referiu em várias ocasiões numa entrevista como "aquele negrinho".